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Por Jonas Duarte: O feito e o medo.

As conquistas recentes da China certamente se inscrevem entre os maiores feitos da humanidade.

12/09/2023 às 17h10
Por: Redação
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Por Jonas Duarte: O feito e o medo.

Um país outrora miserável, dominado pela fome, extrema pobreza, drogas e de um atraso sociocultural horroroso, se transformar no que ê hoje em 70 anos é realmente impressionante. 

 

A China erradicou a fome e se inseriu definitivamente entre as maiores potências econômicas e tecnológicas deste século. 

 

O medo.

 

Desde a conquista da África no século XV e o domínio do Atlântico, a partir do século XVI, a Europa e os EUA dominam o mundo a ferro e fogo.

 

Partilharam, escravizaram e saquearam a África de forma absurdamente cruel.

 

Saquearam a América Latina. 

 

Todos esses saques fizeram através de muitos crimes, de muitas mortes. 

 

Ninguém escravizou, explorou e matou mais no mundo do que essa ordem imperial Euro-estadunidense.

 

Governos de esquerda ou mesmo de direita foram subordinados à esse domínio. 

 

É importante frisar isso. No Iran, na Líbia, etc., ou agora na Rússia, emergiram governos nacionalistas de direita (Vladimir Putin é de direita), mas se insubordina a ordem exploradora Euro-estadunidense. Por isso, para eles, precisa ser eliminado.

 

De esquerda nem se fala... esse domínio imperialista eliminou quase todos.

 

Agora o medo é real.

 

Durante os anos da Guerra Fria, a URSS era, talvez, uma "ameaça" política, ideológica.

 

Agora se estrutura no mundo, uma nova força econômica, capaz de colaborar na emancipação dos _"pobres de la tierra"_ , como diz Martí.

 

A liberdade de um povo é obra exclusiva da luta desse povo. Ninguém pode lhes conceder. 

 

Mas é fato que as possibilidades de emancipar-se num mundo multipolar serão muito, mas muito mais plausíveis do que sob o mundo unipolar que perdura até hoje, dominado economicamente, tecnologicamente por um único polo. 

 

É esse mundo que está ruindo.

 

É esse o medo que eles têm da China.

 

A China permitir aos países emergentes sua liberdade. Se libertarem da crueldade do FMI, do Banco Mundial, do dólar. 

 

Em 1944, em Breton Woods, enquanto os soviéticos libertavam o mundo do jugo nazista, os EUA estruturavam essa (des)ordem econômica para saquear o Planeta.

 

Em 1991, com o fim da URSS, ficaram livres para globalizarem sua superexploração.

 

É contra o fim dessa ordem de usurpação econômica, de domínio político e mando militar, que EUA e Europa se levantam.

 

Não está em curso a comunização do mundo, como temem os reacionários defensores da atual (des)ordem unipolar mundial. Está em curso a emergência de um novo mundo multipolar: democrático, necessariamente plural, com parcerias econômicas e políticas em que todos ganhem e a humanidade floresça sob o manto da liberdade e da paz.

 

É o medo desse novo mundo, que os EUA e a Velha Europa reagem.

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Jonas Duarte
Sobre o blog/coluna
Professor Titular/UFPB. Historiador. Mestre em Economia/UFPB. Doutor em História Econômica/USP. Analista político. Especialista em Semiárido Brasileiro.
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