Só na democracia, e com as instituições em pleno funcionamento, é possível que um ministro da Suprema Corte saia em defesa de terroristas e, de certa forma, incentive futuros atos golpistas, o que equivale a rasgar a constituição e assumir a bandeira do fascismo. É constrangedor, mas é o que temos assistido durante a primeira etapa do julgamento dos terroristas do 8 de janeiro.
A cada dia novos episódios nos convencem do quão necessário é proteger a democracia e as instituições, e isso implica uma mobilização social em torno do debate sobre o que é democracia e por que devemos defendê-la, temática totalmente desconhecida em sua profundidade, por grande parte da sociedade.
A história ensina que os regimes totalitários do século 21 se instalam percorrendo a via democrática, a partir de mandatários eleitos pelo voto direto dos seus patrícios. O mesmo que Bolsonaro tentou no Brasil, e que apesar de não ter logrado êxito, pela força da própria democracia, poderia ter concretizado, e de uma maneira bem robusta.
Basta imaginarmos o passar dos anos com o miliciano no poder a indicar ministros para o STF com o mesmo perfil dos dois que lá deixou. Teríamos em poucos anos uma Suprema Corte ultraconservadora, quem sabe negacionista, quem sabe terraplanista, a respaldar tudo quanto viesse com a pretensão de manter o bolsonarismo.
Embora tenhamos virado essa página, tenho dito que o golpe é permanente e astuto, como a permitir senhores vestidos com a própria toga suprema, desrespeitá-la cinicamente, e mais cinicamente ainda, advogados do fascismo utilizarem a tribuna do STF para atacá-lo e a seus ministros.
Não há outro caminho: a democracia é fundamental, e temos que defendê-la de maneira incondicional.
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