Publicidade

Por Rui Leitão: O MASSACRE DA FARINHA

Eu fico a me perguntar o que leva alguém a apoiar a ação bélica do governo de Israel contra os palestinos que moram na Faixa de Gaza.

06/03/2024 às 07h05
Por: Redação
Compartilhe:
Por Rui Leitão: O MASSACRE DA FARINHA

O mais recente ataque criminoso perpetrado causa um desconforto emocional a quem tenha um mínimo de sensibilidade humana. Como justificar o chamado “massacre da farinha”, quando o exército sionista assassinou mais de uma centena de pessoas famintas e deixou mais de setecentos palestinos feridos ao tentarem receber alimentos enviados como ajuda solidária? A farinha enviada para saciar a fome dos palestinos ficou vermelha, coberta de sangue. Uma barbárie sem explicação. 
 
Para esses criminosos não basta o objetivo de aniquilar um povo inteiro, mas fazer isso de forma hedionda, repulsiva, pavorosa. Esse pessoal que se dirigia ao comboio que ofertava comida via ali a chance de não morrer de fome. Eles decidiram então se antecipar e matá-los a tiro. Afinal de contas já estavam condenados a morrer. O objetivo continuava sendo o de aniquilar um povo inteiro. Itamar Ben-Gvir, ministro da Segurança Nacional de Israel, saudou os soldados que cometeram o massacre como “heróis”. 
 
É, sem dúvida, uma catástrofe humanitária. Usemos o termo mais correto: um genocídio. Uma grave violação aos direitos humanos. Uma guerra de extermínio inaceitável, quando analisados por todos os aspectos. Ao abrirem fogo contra palestinos que aguardavam ajuda alimentar, dão curso a uma guerra de perecimento inaceitável.  Lula tem razão. É uma voz que não se cala e verbaliza sua indignação para o mundo. No Brasil, o Itamaraty emitiu uma nota oficial condenando o massacre, afirmando que “trata-se de uma situação intolerável, que vai muito além da necessária apuração de responsabilidades pelos mortos e feridos de ontem”.
 
E não me venham com a justificativa de que essa ofensiva militar israelense é um ato de defesa. Pelo contrário, é um comportamento agressivo sem qualquer limite ético ou legal. A Humanidade precisa se insurgir contra essas atrocidades. Quantas pessoas inocentes ainda perderão a vida nessas ações de assassinatos em massa? 
 
O mais impressionante é ver que parte da imprensa brasileira noticia o massacre como tendo sido um “tumulto”, uma “confusão”. Isso não só é vergonhoso, é impiedoso. Tentam manipular e falsear a realidade cruel. Isso não pode ser considerado jornalismo sério. 
 
Há quem diga que nessa guerra não tem “mocinhos”, todos são “bandidos”. Isso até poderia ser visto como verdade, se o combate se restringisse a atacar o Hamas. Mas não, o propósito é bombardear toda uma região, a destruição completa de um povo, de uma cultura, matando homens, mulheres, idosos e crianças inocentes, que não têm nada a ver com esse conflito. E os Estados Unidos seguem firmes contra qualquer proposta de paz. Isso tem que ter um “basta”, urgente. 
 
Rui Leitão

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
Rui Leitão
Sobre o blog/coluna
Nascido em Patos PB. Escritor e historiador. Sócio efetivo da Academia Paraibana de Letras, do Instituto histórico e geográfico paraibano e da Academia Cajazeirense de Artes e Letras
Ver notícias
Publicidade
Publicidade