Por Basílio Carneiro
Pra início de conversa, é bom que se diga que Cícero voltou a ser prefeito de João Pessoa como resultado de uma engenharia de marketing que procurou mostrar (e mostrou) que ele era o bonzinho da vez, já que o seu principal opositor, Ricardo Coutinho, encontrava-se enlameado.
Não se pode deixar de contar, claro, com o fato de que o atual prefeito da capital paraibana, fora inocentado das acusações a ele dirigidas pelas investigações da operação Confraria, da Polícia Federal.
Prato cheio para o cara voltar e se eleger para um cargo que jamais imaginaria voltar a ocupar, aliás, como a nenhum outro cargo eletivo.
Cícero é prefeito de João Pessoa.
E daí?
Analisemos com um mínimo de acuidade e percebamos que nada há de diferente entre este terceiro mandato de Cícero, e os seus dois primeiros. Falta de diálogo com praticamente todos os setores sociais, nepotismo desavergonhado, má gestão são suas marcas atuais, exatamente iguais às das duas gestões anteriores.
A par disso, olhemos para os números atuais das pesquisas eleitorais. A pouca vantagem de Cícero – agora no cargo – indica que o segundo colocado tem viabilidade eleitoral. E este segundo colocado é Ruy Carneiro.
Ruy foi o candidato que detinha maiores condições, por convergência eleitoral, de disputar com Cícero o segundo turno em 2020. Foi ultrapassado por Nilvan, na última curva.
Agora, a história é outra.
Hoje não há mais Nilvan, Walber, Edilma, Ricardo, Raoni...
O caminho está aberto para Ruy Carneiro, que desponta agora como um candidato de centro-esquerda, com possibilidade de atrair seguramente votos de um bolsonarismo ressacado.
Para onde irão esses votos órfãos?
Ruy Carneiro tem tudo para ser o próximo prefeito de João Pessoa.
Aguardemos.