O presidente argentino Javier Milei.
Por Ivan Longo
O presidente argentino Javier Milei agradeceu ao governo brasileiro, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva, por ter assumido o comando da embaixada da Argentina na Venezuela. Desafeto de Lula, Milei não mencionou diretamente o presidente brasileiro ao expressar sua gratidão, limitando-se a agradecer "ao Brasil" através de uma publicação nas redes sociais nesta quinta-feira (1º).
"OBRIGADO AO BRASIL. Agradeço muito a disposição do Brasil em assumir a custódia da Embaixada da Argentina na Venezuela. Agradecemos também a representação momentânea dos interesses da República Argentina e dos seus cidadãos ali. Hoje o pessoal diplomático argentino teve que deixar a Venezuela em retaliação do ditador Maduro pela nossa condenação da fraude que perpetraram no domingo passado", escreveu Milei.
"Os laços de amizade que unem a Argentina ao Brasil são muito fortes e históricos", prosseguiu o presidente argentino.
Confira:
Javier Milei
@JMilei
AGRADECIMIENTO A BRASIL
Agradezco enormemente la disposición de Brasil a hacerse cargo de la custodia de la Embajada argentina en Venezuela. También agradecemos la representación momentánea de los intereses de la República Argentina y sus ciudadanos allí.
Hoy el personal diplomático argentino tuvo que abandonar Venezuela como represalia del dictador Maduro por la condena que hicimos del fraude que perpetraron el domingo último.
No tengo dudas que pronto reabriremos nuestra Embajada en una Venezuela libre y democrática.
Los lazos de amistad que unen a la Argentina con Brasil son muy fuertes e históricos.
Venezuela respetará así lo estipulado en la Convención de Viena sobre Relaciones Diplomáticas y la Convención de Viena sobre Relaciones Consulares.
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9:10 AM · 1 de ago de 2024
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Apesar de falar sobre "laços de amizade" entre os países, Milei, no início de julho, se recusou a participar da cúpula do Mercosul no Paraguai para vir ao Brasil. Em vez de se reunir com o presidente brasileiro, entretanto, decidiu participar de um evento da extrema direita com Jair Bolsonaro em Santa Catarina.
Brasil assume controle da embaixada argentina; entenda
Apesar dos constantes ataques do presidente argentino Javier Milei ao mandatário brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil atendeu um apelo feito pelo Ministério das Relações Exteriores da Argentina e vai assumir o comando da embaixada do país na Venezuela.
A embaixada argentina em Caracas foi fechada após o presidente venezuelano Nicolás Maduro expulsar do país o corpo diplomático de países que não reconheceram sua vitória na eleição presidencial do último domingo (28). Ao assumir o prédio da representação argentina na Venezuela, o Brasil ficará responsável por cuidar do imóvel, documentos, arquivos e prestar serviços consulares ao cidadãos argentinos no país.
Além disso, o Brasil deve garantir a proteção de seis venezuelanos opositores ao governo Maduro, membros da equipe da líder opositora Maria Corina Machado, que alegam "perseguição" e que estão vivendo em asilo na embaixada da Argentina sob a proteção do governo Milei.
O ex-chanceler brasileiro Celso Amorim, atual assessor especial para assuntos internacionais do presidente Lula, teria pedido a Maduro, em reunião com o presidente venezuelano, para que não ordene uma invasão à embaixada argentina e prisão dos opositores.
Através das redes sociais, Maria Corina Machado agradeceu ao governo brasileiro por ter aceitado assumir a custódia da embaixada argentina.
"Agradecemos ao governo do Brasil pela disposição em assumir a representação diplomática e consular da República Argentina na Venezuela, e a proteção de sua sede e residência, bem como a integridade física de nossos colegas asilados na referida residência. Isto poderia contribuir para o avanço de um processo de negociação construtivo e eficaz como o que o Brasil tem apoiado", escreveu a líder opositora.
A previsão é que ainda nesta quinta-feira (1) a bandeira brasileira seja hasteada no prédio da embaixada da Argentina em Caracas. O Brasil deve, ainda, assumir também o comando da embaixada do Peru, cujo corpo diplomático também foi expulso do país pelo governo Maduro.