Um caminhão baú com o símbolo do site Fatal Model parou em frente à sede Instituto Conhecimento Liberta, em São Paulo, e do veículo saíram pessoas que estão fazendo vídeos e tirando foto do prédio e conversando com pessoas no local.
Eduardo Moreira publicou um vídeo sobre o fato em suas redes sociais.
“Agora de manhã um caminhão da Fatal Model está em frente à sede do ICL, tirando fotos das pessoas que entram no prédio”, disse Edu. “É pra intimidar a gente. Eu já tinha falado do perigo que é a gente denunciar essa empresa que está fazendo propaganda em horário não devido”
Veja o vídeo:
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Uma publicação compartilhada por Eduardo Moreira (@eduardomoreirareal)
No dia 16 de setembro, Eduardo Moreira criticou esse tipo de publicidade em evento com classificação indicativa livre. “A paixão das crianças é o futebol, aí elas veem isso aqui e entram no site para saber o que é, a propaganda é feita para isso… E se depararam com a maior plataforma de acompanhantes do Brasil”, criticou Eduardo Moreira no programa ICL Notícias — 1ª Edição do dia 16 de setembro.
Um dos homens que saíram do veículo com logotipo da Fatal Model e estão à frente da sede do ICL
Publicidade de serviços de acompanhantes fere proteção a crianças e adolescentes
Para proteger crianças e adolescentes da exposição a materiais impróprios para sua idade e maturidade emocional, o Estatuto da Criança e Adolescente estabelece a obrigatoriedade da classificação indicativa dos espetáculos e diversões em geral.
Assim, partidas de futebol, por exemplo, têm classificação livre, uma vez que não há contraindicação para que crianças e adolescentes assistam a essas atividades, mas a veiculação de publicidade de serviços de acompanhantes expõe crianças e adolescentes a atividade imprópria para sua idade.
“Não raras têm sido as oportunidades em que se constata a publicidade de serviços de acompanhantes ou de prostituição nos estádios durante partidas de futebol veiculadas na televisão. Como as atividades durante as quais essa publicidade é feita são acessíveis e podem ser assistidas por públicos de todas as idades, esse público também é exposto aos anúncios sem restrições”, diz trecho do documento.
O PL diz ainda que, além de causar constrangimentos em famílias que assistem aos domingos ao jogo de futebol do time do coração, a veiculação da publicidade desses serviços ainda pode levar crianças e adolescentes a, por curiosidade, acessarem o sítio eletrônico dessas empresas.
“A permissão da publicidade desse tipo de serviço em jogos e competições contrasta com uma preocupação do Estado brasileiro, que tem se refletido em políticas públicas e legislação, de combate à exploração sexual de crianças e adolescentes”, prossegue o texto.
A exposição a material pornográfico a crianças e adolescentes consiste em uma forma de violência sexual. Segundo a Organização Mundial da Saúde, dos 204 milhões de crianças com menos de 18 anos, 9,6% sofrem exploração sexual, 22,9% são vítimas de abuso físico e 29,1% têm danos emocionais. Os dados mostram que, a cada 24 horas, 320 crianças e adolescentes são explorados sexualmente no Brasil — no entanto, esse número pode ser ainda maior, já que apenas 7 em cada 100 casos são denunciados.
O dia 23 de setembro marcou o Dia Internacional contra a Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Crianças. A data é um momento de reflexão e de ação global, chamando a atenção para questões profundamente preocupantes que afetam milhões de pessoas em todo o mundo.