Apesar de nada ou quase nada nos surpreender na política, é necessário que mesmo assim continuemos vigilantes para observar alguns fatos que engasgam, apesar de tudo.
A polarização política do Brasil atual, gestada a partir do surgimento do bolsonarismo, tem revelado bem claramente de que lado cada um está.
Desnecessário qualquer esforço para que se saiba quem é bolsonarista ou lulista, esquerdista ou de extrema direita, quem é do campo democrático ou quem é fascista. É só observar as opiniões de alguém a respeito de temas do cotidiano ou, pra não haver dúvida, suas preferências eleitorais.
Há um cenário na campanha eleitoral de Campina Grande, neste 2024, que me chama muito a atenção: trata-se da assessoria de marketing e política do candidato Jhony Bezerra, da coligação Por Uma Campina Campeã.
Há três expoentes que a meu ver jamais estariam a compor assessorias de candidaturas do campo democrático e progressista, seja lá onde for.
Primeiramente listo dois deles, respeitáveis profissionais que são, a saber, o publicitário Emerson Saraiva e o jornalista Lenildo Ferreira.
Públicas e notórias são suas qualidades técnicas e éticas, assim como públicas e notórias são suas posições notadamente antiesquerdistas, antilulistas e antiprogressistas, evoluindo para indisfarçáveis flertes com o fascismo, como é o caso de Saraiva, que defendeu e torceu abertamente pelo candidato do fascismo no primeiro turno da eleição de São Paulo, Pablo Marçal. Observem suas redes sociais.
O terceiro nome, esse sim é de arrepiar: Fabiano Gomes. Não acredita? Ele mesmo: Fabiano Gomes.
Dele, não posso dizer o mesmo que falei sobre os anteriores, porque seria injusto para com eles.
Aqui se trata de o candidato Jhony trazer para ocupar a principal cadeira da sua assessoria de marketing um criminoso conhecido em todo o estado por ter sido preso por intermediar operações indecorosas de políticos corruptos, igualando-se a eles, e o pior, utilizando-se do prestígio de jornalista de maior audiência do estado à época, enlameando a profissão, conforme acentua o jornalista Júnior Gurgel em seu artigo publicado no site A Palavra Online, do dia 27/08/2024.
Para quem é do campo progressista e pretende votar no candidato Jhony, deve causar algum desconforto lembrar dos gritos eufóricos de alegria com que Fabiano Gomes noticiou, comemorando, a prisão do presidente Lula, em abril de 2018.
Ele está errado por ser o publicitário do candidato socialista Jhony, apoiado pelo governador socialista João Azevêdo, apoiado pelo PT, pelo PC do B, PDT, Psol e todo o campo progressista?
Não. Errados não estão Fabiano, nem Lenildo, nem Emerson Saraiva.
O erro está em quem contrata, porque no caso em tela, não basta a competência técnica. É preciso haver identificação ideológica.
Afinal, não estamos tratando de política?
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