A dois dias das eleições municipais de 2024, fervilham, em todos os espaços, avaliações sobre os candidatos a prefeito da Rainha da Borborema, o que, aliás, acontece em todos os lugares.
O jornalista e analista político Basílio Carneiro traz hoje uma avaliação sobre a postura do candidato Jhony Bezerra, do PSB, que talvez tenha passado despercebido por muitos observadores.
Segundo Basílio, o candidato socialista tem omitido durante toda a sua campanha o apoio do governo do presidente Lula ao seu projeto.
“Você já ouviu o Jhony Bezerra citar alguma vez o nome do presidente Lula como apoiador do seu projeto político? Nas raras vezes em que se refere a esse apoio cita o ‘governo federal’. Mas não vale. Governo federal é qualquer um”, avalia.
Carneiro faz a comparação com outras candidaturas de Campina Grande que citaram e expuseram seus líderes, enfatizando que no Brasil polarizado de hoje, quem guarda suas semelhanças ou afinidades ideológicas enraizadas com Lula ou com Bolsonaro faz questão de explicitá-las, sobretudo quem está em disputa eleitoral.
“Aqui em Campina Grande tivemos os exemplos de Arthur Bolinha e Inácio Falcão, que fizeram questão de afirmar e expor seus principais cabos eleitorais durante o primeiro turno”, lembra, e acrescenta: “Em João Pessoa, Cícero saiu na foto e fez o L”. (Foto abaixo).
Para fundamentar sua observação, Basílio remete ao que apontou em texto recente, chamando a atenção para a composição da equipe de marketing do candidato.
“A equipe é liderada pelo radialista Fabiano Gomes, que já foi a maior audiência do rádio paraibano em passado recente, e que quase deu cambalhotas no estúdio de onde apresentava o seu programa, quando da prisão política do hoje presidente Lula”, lembra.
“Da boca de Jhony não sai a palavra ‘Lula’ e suspeito que, se sair, é para atacar. Há até um meme atribuído a Jhony onde se expõe suas posições arraigadamente bolsonaristas, inclusive com ataques a Lula quando ainda preso, mas não vou nem botar isso na conta”, acrescenta, irônico, o jornalista.
Basílio conclui que a omissão do nome de Lula da campanha do médico cearense é orientação de sua equipe de marketing, “porque não poderia ser diferente”.
Ele diz também achar estranho que a candidatura, recheada de outros tantos partidos de esquerda na composição, inclusive o PT, não ouça levantar-se uma única voz contrária, ou que simplesmente questione o fato.
Mas ele arremata afirmando que isso apenas serve à vontade última do candidato:
“É claro que Jhony nomeou o enlameado Fabiano Gomes com essa intenção. Fabiano recebe a incumbência que adora cumprir, e Jhony recebe a orientação que adora respeitar”, avalia Basílio.
“Jhony não cita Lula porque é bolsonarista”, cravou.
E conclui vaticinando:
- O bolsonarismo de Jhony cedo ou tarde vai voltar a aflorar, decepcionando muitos e muitos que o rodeiam. Anteciparia se viesse a ser eleito, mas ainda bem...”
Ao site, Basílio ainda pronunciou uma frase sua recente:
“Não me vendo e não me rendo”.