A situação na Bolívia se agravou depois que apoiadores do ex-presidente Evo Morales invadiram o Regimento “Cacique Juan Maraza” do Exército, localizado em Villa Tunari, na região de Cochabamba. Armados com bastões de madeira, os manifestantes fizeram militares reféns e também invadiram um regimento naval.
Em um vídeo amplamente compartilhado nas redes sociais, pelo menos dez militares aparecem cercados por camponeses armados com bastões pontiagudos. De acordo com a agência estatal de notícias da Bolívia, trabalhadores da saúde também estão entre os aprisionados. Um dos militares retidos relatou: “Cortaram nossa água, nossa luz e nos tomaram como reféns”.
O militar que fala no vídeo apela ao seu superior para pôr fim aos bloqueios promovidos pelos apoiadores de Morales, enfatizando que “a vida de todos os meus instrutores e dos meus soldados está em perigo”. Ele implora: “Por favor, meu general, solicito que considere. Estamos pais, filhos, irmãos, famílias inteiras aqui”.
🇧🇴 | URGENTE: INTENTO DE GOLPE DE ESTADO EN BOLIVIA POR PARTE DE EVO MORALES
— Agustín Antonetti (@agusantonetti) November 1, 2024
Grupos paramilitares que responden a Evo Morales acaban de tomar un cuartel del ejercito boliviano en Cochabamba.
Tomaron a varios rehenes. Están robando el armamento militar. pic.twitter.com/7zNQnvTl5I
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Grupos paramilitares que responden a Evo Morales acaban de tomar un cuartel del ejercito boliviano en Cochabamba.
Tomaron a varios rehenes. Están robando el armamento militar. pic.twitter.com/7zNQnvTl5I
— Agustín Antonetti (@agusantonetti) November 1, 2024
A Presidência boliviana informou à CNN que os militares ainda não foram libertos, enquanto o Ministério da Defesa relatou a invasão de uma base naval. As Forças Armadas divulgaram um comunicado denunciando a ocupação de unidades militares por “grupos armados irregulares” e afirmaram que há um “sequestro de pessoal militar, armamento e munição”.
O comunicado das Forças Armadas instou os invasores a depor suas armas e a abandonarem as dependências dos quartéis de maneira pacífica, ressaltando que “o pessoal que está retido são filhos do povo que estão cumprindo seu sagrado dever de se preparar para a defesa da pátria”.
Essas invasões são vistas como uma resposta às operações do governo de Luis Arce, que tenta dissolver os bloqueios de estrada realizados por apoiadores de Morales há cerca de 20 dias. Nesta sexta-feira (1), o ministro da Defesa da Bolívia, Edmundo Novillo, afirmou que “a paciência e a tolerância têm limites” e que o governo se sentiu na obrigação de “tomar ações institucionais garantindo a livre circulação”.
Tratores e forças de segurança foram enviados para desmantelar os bloqueios, resultando em confrontos entre manifestantes e policiais. Os protestos estão ligados a investigações sobre Evo Morales, que é acusado de supostas relações sexuais com uma menor de idade. Ele alega estar sendo perseguido por Arce, seu ex-aliado, e chegou a ser intimado a prestar depoimento, mas não compareceu.
No último fim de semana, o ex-presidente publicou um vídeo no qual afirma ter sido alvo de um ataque a tiros, alegando que o governo Arce tentou assassiná-lo. As autoridades, por sua vez, afirmam que Morales disparou contra agentes durante um bloqueio policial.