Entre os indiciados pela Polícia Federal (PF) por planejar um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estão autoridades civis, militares e o padre José Eduardo de Oliveira e Silva, de 43 anos.
O religioso foi incluído na investigação por ter participado de uma reunião no Palácio do Planalto, em novembro de 2022, de acordo com apurações da PF. Para os investigadores, ele seria parte do chamado “núcleo jurídico” do plano golpista.
O sacerdote, vinculado à Diocese de Osasco (SP), já era alvo da PF desde fevereiro, no contexto da Operação Tempus Veritatis. Na época, foram cumpridos mandados de busca e apreensão devido à suspeita de que ele utilizava suas redes sociais para disseminar notícias falsas.
Agora, José Eduardo foi indiciado por integrar um grupo que, segundo as investigações, teria elaborado decretos e portarias para sustentar juridicamente a anulação das eleições presidenciais de 2022 e promover a intervenção do governo Bolsonaro na Justiça Eleitoral.
No núcleo jurídico mencionado pela PF, também figuram o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o tenente-coronel Mauro Cid, o ex-assessor de Bolsonaro Filipe Martins e o advogado Amauri Feres Saad. Segundo os investigadores, o padre se reuniu com Filipe Martins e Amauri Saad no Palácio do Planalto poucos dias após o segundo turno das eleições.
Amauri Saad é apontado como um dos autores da minuta golpista encontrada na residência de Torres, enquanto Filipe Martins seria parte do chamado “gabinete do ódio”, uma estrutura usada para espalhar desinformação contra adversários políticos de Bolsonaro.
Filipe Martins, ex-assessor de Jair Bolsonaro, e o padre José Eduardo de Oliveira e Silva. Foto: Reprodução