EDITORIAL 247
A 19ª cúpula do G20, realizada nos dias 18 e 19 de novembro de 2024 no Rio de Janeiro, foi um marco no desenvolvimento político do Brasil e de sua inserção no mundo como nação soberana, vocacionada para contribuir na construção de uma nova ordem econômica e política internacional, pautada pela paz, desenvolvimento, progresso social e justiça para todos os povos e nações.
Sob a lúcida e firme liderança do presidente Lula, o Brasil se consolidou como fator de desenvolvimento para os países que buscam sua independência, marcando um momento emblemático como um polo irradiador de valores e ações benéficas à humanidade. Exemplos disso são a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que obteve ampla adesão; a cooperação voltada ao fortalecimento do Sul Global; a busca por consenso internacional para enfrentar a crise ambiental; a defesa do multilateralismo nas relações internacionais; e as transformações propostas para a governança global e instituições internacionais, como a Organização das Nações Unidas, incluindo sugestões concretas para a reforma de suas instâncias.
Lula destacou-se ao ampliar o protagonismo brasileiro em todas essas questões globais, firmando-se como uma das mais valorosas lideranças mundiais do século XXI. Graças à sua atuação brilhante como estadista, a 19ª cúpula do G20 se diferencia das anteriores e será lembrada como um momento de abertura para uma ação abrangente que redefine os rumos do planeta.
Pela primeira vez, o Brasil sediou uma cúpula do G20. Lula trabalhou incansavelmente ao longo de todo o ano para o êxito do evento, que contou com organização impecável, uma agenda inclusiva — enfrentando temas prioritários para as nações em desenvolvimento —, condução justa dos debates e interação perfeita com lideranças mundiais. O presidente também coordenou as demandas de forma a refletir as necessidades do Brasil e de outros países do hemisfério sul. Além disso, demonstrou firmeza ao impedir que os parceiros europeus dos EUA na Otan desvirtuassem o sentido conciliador e pacifista do tópico da declaração final sobre a guerra na Ucrânia.
A Declaração Final, um extenso documento com 85 tópicos, reflete a intenção de construir um mundo onde desigualdades sociais e entre nações sejam superadas, crises enfrentadas, e políticas de desenvolvimento, paz, defesa ambiental e novos padrões de governança global sejam promovidos. “Nós permanecemos resolutos em nosso compromisso de combater a fome, a pobreza e a desigualdade, promover o desenvolvimento sustentável em suas dimensões econômica, social e ambiental e reformar a governança global”, assinala a declaração, fruto maduro da diplomacia presidencial de Lula.
O brilho da atuação de Lula em política externa se intensificou com a visita de Estado do presidente chinês Xi Jinping.
Os dois líderes decidiram elevar as relações bilaterais ao nível de “Comunidade de Futuro Compartilhado Brasil-China por um Mundo Mais Justo e um Planeta Mais Sustentável”. Brasil e China fortaleceram sua parceria econômica e aprofundaram a cooperação estratégica. Xi Jinping destacou os 50 anos de laços diplomáticos e previu mais “50 anos dourados”. Nos últimos 15 anos, a China tornou-se o maior parceiro comercial do Brasil, com um comércio anual superior a 100 bilhões de dólares. Além disso, é uma das principais fontes de investimento estrangeiro no Brasil, especialmente em agricultura, infraestrutura, energia e inovação tecnológica.
Na última quarta-feira, ambos os países firmaram compromissos para integrar a Iniciativa Cinturão e Rota às estratégias brasileiras de desenvolvimento, como a Nova Indústria Brasil (NIB), o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Plano de Transformação Ecológica e o Programa Rotas da Integração Sul-Americana. Essa sinergia visa modernizar os processos de desenvolvimento no Brasil e na China, além de promover interconectividade e sustentabilidade regionais.
Foram assinados 37 documentos de cooperação em áreas como finanças, infraestrutura, investimentos, transformação ecológica, ciência, tecnologia, inovação e defesa. Os dois países também decidiram intensificar as relações culturais, anunciando a realização do Ano Cultural Brasil-China em 2026.
Lula e Xi Jinping não se limitaram às relações bilaterais. Reiteraram o compromisso com a justiça e o progresso social, incluindo o combate à fome e à pobreza, tema que Lula considera sua “missão de vida”. Também se mostraram engajados na construção de uma nova governança global.
As relações Brasil-China emergem como um pilar do Sul Global, impulsionando o fortalecimento de países em desenvolvimento e menos desenvolvidos na busca por independência, desenvolvimento sustentável e progresso social, distantes das relações de subordinação neocolonialistas impostas por potências ocidentais.
Os dois presidentes decidiram fortalecer a atuação conjunta em fóruns internacionais como Brics, G20 e Nações Unidas, além de se associarem em iniciativas relacionadas ao Desenvolvimento, à Civilização e à Segurança Globais.
Brasil e China já demonstraram que, ao unirem esforços, podem alcançar grandes feitos. Agora, aprofundam essa parceria, ampliando campos de cooperação e promovendo um impacto positivo no mundo. Trata-se de mais um mérito inquestionável do presidente Lula, reafirmando sua liderança e deixando uma marca histórica para o bem do povo brasileiro e dos povos do mundo.