Publicidade

Bolsonaro afina e dá crédito à tese do golpe, mas joga culpa em militares

Em coletiva com a imprensa, ex-presidente age nitidamente com medo e baixa a fervura do deboche apresentado até agora

26/11/2024 às 05h27 Atualizada em 26/11/2024 às 18h02
Por: Redação Fonte: Revista Fórum
Compartilhe:
Bolsonaro afina e dá crédito à tese do golpe, mas joga culpa em militares

O ex-presidente Jair Bolsonaro.
Créditos: Reprodução/Youtube

Por Henrique Rodrigues

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou a Brasília nesta segunda-feira (25) e mudou completamente de atitude em relação ao seu indiciamento no inquérito da tentativa de golpe de Estado, que tramitará no Supremo Tribunal Federal. Até agora, o líder da extrema direita debochava da grave acusação de que tentou derrubar um presidente eleito para ficar no poder após ser derrotado nas urnas, mesmo com todas as provas e evidências apresentadas até agora pela PF.

Numa coletiva improvisada, Bolsonaro afinou de forma inequívoca, baixou a fervura e até deu crédito à tese do golpe, diante de tantas evidências. Para se safar, ele discretamente passou a jogar a culpa nos militares que foram descobertos no curso das investigações.


“Ninguém vai dar golpe com general da reserva e mais meia dúzia de oficiais. É um absurdo o que estão falando. Da minha parte, nunca houve discussão de golpe. Se alguém viesse discutir golpe comigo, ia falar: ‘Tudo bem, e o after day? E o dia seguinte, como fica o mundo perante a nós?’ Todas as medidas possíveis, dentro das quatro linhas, dentro da Constituição, eu estudei”, começou dizendo.


Na sequência, fez questão de reiterar que “jamais falou de golpe” e lançou na fogueira os altos oficiais flagrados em conversas e documentos aos quais teve acesso a Polícia Federal.


“A palavra golpe nunca esteve em meu dicionário. Desde quando eu assumi, em 2019, vinha sendo acusado de querer dar um golpe... Até nesses áudios vazados, me ofende, até. Não faço, jamais faria algo fora das quatro linhas. Dá pra você resolver os problemas do Brasil, seus problemas, inclusive, dentro da Constituição”, acrescentou.

Vendo que não teria como negar a conspiração violenta que veio à tona, o antigo ocupante do Palácio do Planalto assumiu uma postura de derrotado que até hoje jamais deixou transparecer, tudo para não ter que admitir que conspirou para se manter no poder.

“Não levei para frente. Até para estado de Defesa. Não convoquei ninguém e não assinei papel. Eu procurei saber se existia alguma maneira na Constituição para resolver o problema. Não teve como resolver, descartou-se”, falou ainda.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.