O padre José Eduardo de Oliveira e Silva, indiciado pela PF por participar da trama do golpe.
Créditos: Redes sociais/Reprodução
Por Henrique Rodrigues
José Eduardo de Oliveira e Silva, o padre católico da Diocese de Osasco que foi indiciado pela Polícia Federal no inquérito da tentativa de golpe de Estado que queria manter Jair Bolsonaro (PL) ilegalmente no poder, é apontado no relatório final entregue nesta terça (26) à PGR pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, com um dos integrantes centrais na trama que não deu certo após a derrota nas urnas do então presidente para Luiz Inácio Lula da Silva (PL).
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O clérigo de extrema direita era parte do chamado “núcleo jurídico” da organização criminosa, que se incumbia de dar assessoramento com minutas e decretos, em linguagem legislativa e da área do Direito, para que o golpe tivesse uma aparente sustentação legal. Ele era um dos participantes da reunião de 19 de novembro de 2022 em que a minuta que instauraria uma ditadura no Brasil foi apresentada a Jair Bolsonaro pelo então ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, e o assessor para assuntos internacionais Filipe Martins.
A PF descobriu também que o padre José Eduardo disseminava “orações” para criar um ambiente de adesão ao golpe entre bolsonaristas religiosos, “fossem católicos ou evangélicos”. Numa dessas rezas celebradas pelo “religioso” está a chamada “oração do golpe”, que pedia proteção e exigia coragem dos militares insurgentes.
Num determinado trecho, a “oração do golpe” diz: “[Estamos] pedindo para que Deus lhes dê a coragem de salvar o Brasil, lhes ajude a vencer a covardia e os estimule a agir com consciência histórica e não apenas como funcionários públicos de farda”. O aspecto religioso era muito importante e valorizado entre os golpistas, que viam nesse âmbito a possibilidade de maior adesão entre a população.
Veja a íntegra da “oração do golpe”: