A Polícia Federal abriu inquérito para apurar uma suposta tentativa de intimidação contra o delegado Fábio Shor, responsável por investigar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em casos como o das joias sauditas e do cartão de vacinas. O episódio ocorreu em 13 de julho, quando Shor encontrou um boneco de macaco azul preso ao vidro traseiro de seu carro, estacionado em frente à sua casa em Brasília. Para ele, o objeto foi um “recado de intimidação”, indicando que os responsáveis sabem onde ele mora e qual veículo utiliza.
Nove dias antes do episódio, Bolsonaro havia sido indiciado por Shor no caso das joias. Desde então, o delegado passou a usar carro blindado e relatar ameaças crescentes. No depoimento à PF, ele afirmou ser alvo de campanhas virtuais lideradas por figuras como o influenciador Ed Raposo, o senador Marcos Do Val (Podemos-ES) e a filha do blogueiro Oswaldo Eustáquio.
“Após o indiciamento, iniciou-se uma onda de ataques em massa nas redes sociais, ampliada por figuras públicas e influenciadores”, declarou Shor. Em 14 de julho, Do Val e a filha de Eustáquio publicaram uma foto de Shor com os dizeres “procura-se”, atingindo mais de 260 mil visualizações.
No mesmo dia, deputados como Eduardo Bolsonaro e Marcel Van Hattem usaram a tribuna da Câmara para acusar o delegado de produzir relatórios fraudulentos. A PF já indiciou Van Hattem e Cabo Gilberto Silva por calúnia e difamação relacionadas aos discursos feitos no plenário.