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Lula assina decretos que desapropriam áreas para quilombos

A titulação de Territórios Quilombolas é o primeiro passo para garantir autonomia e proteção das comunidades

30/11/2024 às 05h52 Atualizada em 30/11/2024 às 11h28
Por: Redação
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Lula assina decretos que desapropriam áreas para quilombos

Lula com outras lideranças em Brasília (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta sexta-feira (29) de novembro, no encerramento do mês em que é celebrado o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, conjunto de políticas voltadas para a população negra do país. Com a assinatura dos decretos, serão beneficiados 15 territórios quilombolas, 1.123 famílias e aproximadamente quatro mil pessoas quilombolas, em oito estados. A titulação desses Territórios Quilombolas é o primeiro passo para garantir autonomia e proteção das comunidades, promovendo a preservação de suas tradições culturais. A ação faz parte da Política Nacional de Povos de Matriz Africana e Terreiro, com investimentos acima de R$ 115 milhões e envolvimento de 11 órgãos federais.

Entre elas,15 Decretos de Declaração de Interesse Social para Quilombos - para fins de desapropriação de terrenos - para áreas localizadas na Bahia, Maranhão, Minas Gerais, Rio, Paraíba, Piauí, Paraná e São Paulo. Entre os decretos estão o do Quilombo Pitanga de Palmares, em Simões Filho (BA), onde a liderança quilombola mãe Bernadete foi assassinada, em 2023; e o do Quilombo de Iúna, em Lençóis (BA), que inspirou o livro Torto Arado, de Itamar Vieira Júnior. O escritor, inclusive, esteve pessoalmente envolvido nesse pleito.

Desde o início do atual governo, 12 decretos de interesse social foram assinados e 32 títulos de domínio foram entregues a 29 comunidades quilombolas, de 13 estados, beneficiando 5.584 famílias. Isso representa um avanço com relação ao período de 2019 a 2022, quando apenas 1 decreto e 23 títulos foram entregues.

Os seguintes ministérios assinam a Política Nacional de Povos de Matriz Africana e Terreiro: da Igualdade Racial (MIR); dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC); da Cultura (MinC); da Justiça e Segurança Pública (MJSP); e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA).


Além do presidente Lula, participaram da cerimônia em Brasília ministros como Paulo Teixeira (Desenvolvimento Social e Agrário), Anielle Franco (Igualdade Racial) e Nísia Trindade (Saúde).

Quilombos beneficiados com Decretos de Declaração de Interesse Social:

Pitanga de Palmares, em Simões Filho e Candeias (BA) – 536 famílias

Vicentes, em Xique-Xique (BA) – 29 famílias


Iúna, em Lençóis (BA) – 39 famílias

Jetimana e Boa Vista, em Camamu (BA) – 61 famílias

Depósito, em Brejo (MA) – 13 famílias

Marobá dos Teixeira, em Almenara (MG) – 79 famílias


Lagoa Grande, em Jenipapo de Minas, Novo Cruzeiro e Araçuaí (MG) – 29 famílias

Pitombeira, em Várzea (PB) – 91 famílias

Macacos, em São Miguel do Tapuio (PI) – 50 famílias

João Surá, em Adrianópolis (PR) – 34 famílias


Sacopã, em Rio de Janeiro (RJ) – 9 famílias

São Benedito, em São Fidélis (RJ) – 60 famílias

São Pedro, em Eldorado e Iporanga (SP) – 40 famílias

Galvão, em Eldorado e Iporanga (SP) – 29 famílias


Porto Velho, em Itaóca e Iporanga (SP) – 24 famílias

Outras ações:

Com investimentos que superam R$ 63 milhões até 2026, o Programa Rotas Negras tem como objetivo promover o afroturismo como pilar para o desenvolvimento socioeconômico e cultural do país. Focado na valorização e disseminação das heranças culturais afro-brasileiras, o programa busca fortalecer a identidade negra no Brasil e posicionar o país como um destino global para o turismo protagonizado por pessoas, espaços, patrimônios, memórias e histórias negras.

O Projeto Naturezas Quilombolas potencializa a Política Nacional de Gestão territorial com o lançamento do Edital para seleção do Parceiro Gestor Quilombos na Amazônia Legal. Serão R$ 33 milhões para serem investidos em chamada para projetos locais “Sementes” (R$ 3 milhões para dez organizações quilombolas) e chamada para projetos em escala “Raízes” (R$ 30 milhões para apoiar até seis projetos na faixa de valor entre R$ 2 milhões e R$ 5 milhões).

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