Imagem: Divulgação/Tribunal Superior Eleitoral e Reprodução
Também foi preso no mesmo dia Lucas Maciel Lobão Vieira, ex-coordenador do Departamento Nacional de Obras contra a Seca (DNOCS) na Bahia. Segundo a PF, ele facilitava a aprovação de contratos no esquema, e viajava com Alex para a capital federal.
Junto com outros 16 empresários e agentes públicos, o grupo fraudava licitações, eliminava concorrentes e pagava propina para liberação das obras. A investigação da Polícia Federal durou um ano. A quadrilha teria movimentado, conforme a investigação policial, adiantada pelo UOL, R$ 1,4 bilhão nos últimos dois anos. A ação da quadrilha não acontecia apenas na Bahia, mas em outros 13 Estados.
O esquema
O esquema funcionava a partir das emendas parlamentares, dadas por deputados federais e senadores, que decidem onde encaminhar verbas. A reportagem mostrou uma das obras feita pela empresa Allpha Pavimentações e Serviços de Construções Ltda., em Campo Formoso. A pavimentação de uma estrada que conecta três povoados às estradas estaduais e federais foi mal feita, com ‘rebarbas’ nos acostamentos e trechos em que o piche gruda em calçados de moradores. Cerca de R$ 45 milhões foram gastos no trabalho.
A prefeitura de Campo Formoso recebeu dinheiro encaminhado por emendas de Elmar Nascimento, e fez duas licitações que foram manipuladas, segundo a Polícia. Funcionários públicos receberam propina para repassar informações privilegiadas sobre concorrentes para a Allpha. Após vencer a licitação, o dinheiro público foi repassado para uma empresa do grupo, e depois para uma outra, fantasma, que fez os pagamentos para contas de pessoas indicadas pelos servidores.
Articulação em Brasília
Segundo a TV Globo, o empresário José Marcos de Moura atua em Brasília articulando liberação de dinheiro para liberação de obras faturadas, pagando milhões de reais em propina. Segundo a Polícia Federal, é dele um dos três aviões aprendidos durante a operação. Também foram recolhidos 23 carros de luxo, três iates, seis imóveis, joias e mais de R$ 3 milhões. Ítalo Moreira de Almeida, funcionário do governo de Tocantins, está foragido.