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“O dólar está a caminho de se extinguir”, diz Jeffrey Sachs

Em análise contundente, o economista destaca a ascensão dos BRICS e os desafios enfrentados pela hegemonia americana no cenário global

05/01/2025 às 04h54 Atualizada em 07/01/2025 às 05h51
Por: Redação
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“O dólar está a caminho de se extinguir”, diz Jeffrey Sachs

(Foto: .REUTERS/Max Rossi)

Conteúdo postado por:
Redação Brasil 247


247 – No programa "Judging Freedom", apresentado por Andrew Napolitano, o renomado economista Professor Jeffrey Sachs compartilhou suas perspectivas sobre a desvalorização do dólar e as dinâmicas geopolíticas que estão remodelando a ordem mundial. A entrevista, disponibilizada no YouTube, traz à tona reflexões profundas sobre o futuro da moeda americana e o papel crescente das nações do BRICS.

Sachs iniciou a conversa abordando a política monetária dos Estados Unidos, afirmando: “A máquina de impressão de dinheiro do Fed está diminuindo o valor do nosso dólar. O custo dos mantimentos está absurdo. Sinceramente, acredito que o dólar está a caminho de se extinguir, não apenas aqui, mas globalmente.” Ele ressaltou que a emissão maciça de moeda está corroendo o poder de compra do dólar, o que pode levar à sua obsolescência como moeda de reserva mundial.

Ao discutir a influência dos BRICS, liderados por Rússia e China, Sachs destacou a crescente desconfiança em relação à hegemonia americana: “Os bancos centrais estão se afastando do dólar e investindo em ouro e outras moedas. Se adotarmos moedas digitais dos bancos centrais, isso não apenas destruirá o dólar, mas também nossa liberdade e privacidade.” Ele alertou sobre os riscos de um sistema financeiro controlado digitalmente, onde todas as transações poderiam ser monitoradas.

Sachs também dedicou parte da entrevista à análise da Rússia, desmistificando a percepção ocidental de um país à beira do colapso: “A Rússia é uma grande potência, uma das poucas no mundo. É o maior país territorialmente, com uma sociedade tecnologicamente e educacionalmente sofisticada.” Ele criticou a “russofobia” prevalente no Ocidente, mencionando que “a hostilidade contra a Rússia remonta a dois séculos, desde a época em que a Grã-Bretanha dominava o mundo.”


Sobre a guerra na Ucrânia, Sachs foi enfático ao apontar a responsabilidade das elites ocidentais: “As elites na Europa e os neocon na administração americana veem isso como um jogo, sem se importar com as centenas de milhares de ucranianos mortos e a destruição econômica causada.” Ele acusou os líderes americanos de tratar a crise como uma questão de poder, ignorando o sofrimento humano envolvido.

Outro ponto crucial abordado por Sachs foi a relação entre Estados Unidos e Rússia no contexto nuclear: “Estamos à beira de um Armagedom nuclear. Precisamos de uma relação de segurança onde ambos os lados controlem suas armas nucleares.” Ele enfatizou a necessidade de diálogo e acordos para evitar uma catástrofe global, criticando a postura arrogante dos EUA na política externa.

Por fim, Sachs criticou a arrogância intrínseca da política externa americana: “A arrogância americana, ou hubris, está profundamente enraizada na classe política e na retórica aceitável em Washington. A crença de que os EUA devem sempre ter razão está nos levando à destruição.” Ele concluiu que, sem uma mudança de postura, as tensões globais continuarão a se intensificar, colocando em risco a estabilidade mundial.

A entrevista de Jeffrey Sachs oferece uma visão crítica e reflexiva sobre as tensões globais contemporâneas, questionando a sustentabilidade da hegemonia americana e a eficácia das instituições internacionais como a ONU. Assista:

 

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