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Redação Brasil 247
Reuters – A vice-primeira-ministra da Espanha e ministra do Trabalho, Yolanda Díaz, anunciou que deixará de utilizar a plataforma de mídia social X, antiga Twitter, de propriedade de Elon Musk. A decisão foi comunicada em entrevista à emissora estatal TVE e se baseia em fortes críticas à postura do bilionário, especialmente durante eventos relacionados à posse do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump.
"Não farei parte de uma rede social que utiliza algoritmos para promover ideias xenófobas, contrárias aos direitos humanos e que incentivam a extrema-direita no mundo", declarou Díaz. A ministra destacou que sua decisão também foi influenciada pelos "gestos e discursos absolutamente convolutos" de Musk durante um evento recente.
Na ocasião, Musk foi flagrado levantando o braço em um gesto que gerou comparações com a saudação nazista nas redes sociais. Embora a Liga Antidifamação tenha afirmado que o gesto parecia ser "desajeitado e entusiasmado", e não uma saudação nazista, Díaz manteve sua posição crítica ao comportamento do empresário.
Além de se abster de usar a plataforma para questões pessoais e políticas, Díaz revelou que outros ministros de seu partido de esquerda, o Sumar, também deixarão de utilizar o X. A decisão foi recebida pelo governo espanhol como um ato pessoal, sem impacto direto na comunicação oficial, segundo a porta-voz do governo Pilar Alegría: "O governo espanhol continuará a divulgar informações por meio de diversos canais e plataformas digitais".
A saída de Díaz ocorre em um momento em que outros atores internacionais também estão abandonando a rede social. Recentemente, os ministérios da Defesa e Relações Exteriores da Alemanha anunciaram sua decisão de interromper o uso do X, citando insatisfação crescente com os rumos da plataforma. Universidades no Reino Unido e na Alemanha também têm adotado medidas semelhantes.
A decisão de Yolanda Díaz reforça um movimento global de rejeição a plataformas que, segundo críticas, ampliam discursos extremistas. O episódio destaca a crescente preocupação com o impacto das redes sociais no ambiente político e na disseminação de ideias que atentam contra os direitos humanos.