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“Pacientes paraplégicos voltaram a caminhar com interface cérebro-máquina”, afirma Miguel Nicolelis

Neurocientista relata avanços em pesquisa clínica realizada na China e destaca o impacto da neurotecnologia na medicina

08/02/2025 às 06h17 Atualizada em 09/02/2025 às 09h22
Por: Redação
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“Pacientes paraplégicos voltaram a caminhar com interface cérebro-máquina”, afirma Miguel Nicolelis

(Foto: Brasil247 | LI XIN/XINHUA)

Conteúdo postado por:
Dafne Ashton
247 - Em entrevista ao programa Giro das Onze, da TV 247, o neurocientista Miguel Nicolelis relatou os avanços de sua pesquisa com interfaces cérebro-máquina, desenvolvida em colaboração com um dos maiores hospitais de neurologia da China. Segundo ele, o estudo clínico recente obteve resultados expressivos na recuperação de pacientes paraplégicos."Nós concluímos um estudo clínico agora, que estamos preparando para publicação, e os resultados foram espantosos. Pacientes com paraplegia grave, alguns há 20 anos sem movimento, voltaram a caminhar sozinhos, sem auxílio de exoesqueleto, apenas com um andador", afirmou.

Nicolelis destacou a repercussão do estudo na China antes mesmo da publicação oficial. Segundo ele, os avanços chamaram a atenção do governo e da comunidade científica chinesa, o que resultou no recebimento de um importante prêmio de ciência no país asiático.

"Foi um evento impressionante. Eu nunca vi nada igual, fui tratado como um jogador de futebol no Brasil. O reconhecimento da ciência na China é algo que não se compara ao que vemos em outros países", disse.

O cientista também descreveu a experiência de participar da cerimônia de premiação no parlamento chinês, onde teve conversas diretas com o primeiro-ministro e o chanceler do país sobre o futuro da neurotecnologia.


"Eles queriam entender como pacientes puderam recuperar movimentos depois de tanto tempo. Me perguntaram qual é o mecanismo de ação das interfaces cérebro-máquina e como essa tecnologia pode transformar a medicina no futuro", contou.

Nicolelis ressaltou que a China demonstra um alto grau de planejamento estratégico na área científica e sugeriu que o Brasil poderia estabelecer parcerias mais profundas com o país.

"Eu expliquei que o Brasil tem uma das maiores infraestruturas universitárias públicas do mundo, mas que não recebe o apoio necessário. Nós poderíamos ter grandes projetos de pesquisa conjuntos com a China, mas falta uma estratégia real para isso", afirmou.

A pesquisa liderada por Nicolelis reforça o potencial da neurociência na recuperação de funções motoras e abre caminho para novas abordagens no tratamento de doenças neurológicas. O estudo clínico deve ser publicado em breve, trazendo mais detalhes sobre os avanços obtidos.  Assista: 

 

 

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