A análise de que Lula tende a se tornar mais forte e competitivo nos últimos dois anos de seu mandato é uma perspectiva que muitos observadores políticos consideram plausível. Há algumas razões para isso.
No início, há sempre o desafio de se consolidar no poder, lidar com a base de apoio e enfrentar a oposição, além de administrar as expectativas de diferentes setores da sociedade. Nos últimos anos, no entanto, um presidente pode ter mais liberdade para tomar decisões ousadas e implementar políticas mais ambiciosas, à medida que os compromissos eleitorais já foram cumpridos e as alianças políticas já estão mais consolidadas.
No caso de Lula, essa tendência pode ser ainda mais visível. O ex-presidente já tem uma base sólida de apoio, especialmente entre as classes mais populares, e a retomada de medidas sociais como o auxílio-gás, o Minha Casa Minha Vida e a Farmácia Popular fortalecem sua imagem entre os mais necessitados. Além disso, as vitórias de sua administração nas áreas de saúde, educação e proteção social podem gerar uma narrativa positiva para ele nos últimos anos de governo, o que o tornaria mais competitivo em um eventual cenário eleitoral futuro.
Outro fator importante é a polarização política, que tende a intensificar a importância de quem ocupa a presidência no Brasil. Caso a oposição, especialmente à direita, continue a se dividir ou a ser menos eficaz em suas críticas e propostas, isso pode beneficiar ainda mais o governo Lula, que, por outro lado, tende a ter um discurso mais forte no confronto ideológico com a extrema direita.
É interessante também observar que Lula, com sua experiência política, já tem a capacidade de lidar com crises e situações desafiadoras de forma estratégica. Caso o cenário econômico melhore e as reformas sociais avancem, ele pode sair fortalecido politicamente, consolidando uma posição mais competitiva nos últimos anos de seu governo.