(Foto: Márcia Kalume/Senado Federal do Brasil)
247 - O Brasil conquistou, pela primeira vez, o Oscar de Melhor Filme Internacional com "Ainda Estou Aqui", dirigido por Walter Salles. A vitória inédita não apenas marcou a história do cinema nacional, mas também reacendeu o debate sobre a memória da ditadura militar no país. O impacto do longa foi destacado pelo teólogo Leonardo Boff, que, em uma postagem nas redes sociais nesta segunda-feira (3), afirmou que a produção "esvaziou o golpe atual".
Boff ressaltou o caráter crítico do filme e sua mensagem contra a violência estatal. "A premiação do longa brasileiro 'Ainda Estou Aqui' como o melhor filme internacional, além de seu valor estético, representa uma crítica sem ódio nem vingança do que foi a brutalidade da ditadura militar de 64. O filme deixa o apelo: sequestro e morte nunca mais. Esvaziou o golpe atual", escreveu o teólogo.
Dirigido por Walter Salles, "Ainda Estou Aqui" retrata a trajetória de Eunice Paiva, mãe de cinco filhos que enfrentou o desaparecimento forçado e o assassinato de seu marido, o engenheiro Rubens Paiva, durante a ditadura militar. O roteiro é baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva, filho caçula do casal, que transformou a história da família em um relato essencial sobre os horrores do regime.
Ao receber a estatueta, Salles dedicou o prêmio à protagonista da trama. "Uma honra tão grande. Isso vai para uma mulher que teve uma perda tão grande. Esse prêmio vai para ela, Eunice Paiva, e para as mulheres extraordinárias que deram vida a ela, Fernanda Torres e Fernanda Montenegro", declarou o cineasta.
