A saída da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, do PSDB simboliza mais um capítulo do enfraquecimento do partido que, por décadas, foi um dos protagonistas da política nacional. O tucanato, que já foi sinônimo de poder e polarização com o PT, vive um momento de fragmentação e irrelevância eleitoral.
O PSDB foi um dos partidos mais influentes do Brasil, governando o país entre 1995 e 2002, com Fernando Henrique Cardoso, e sendo um dos principais adversários do PT nas eleições presidenciais até 2018. No entanto, nos últimos anos, o partido sofreu uma crise de identidade, marcada por:
Perda de protagonismo eleitoral: Desde 2018, o partido não consegue lançar candidatos competitivos à Presidência.
Esvaziamento de lideranças: Figuras históricas, como Geraldo Alckmin (agora no PSB), João Doria (afastado da política) e Aécio Neves (sem força nacional), perderam influência.
Divisão interna: Parte do partido tentou se alinhar ao bolsonarismo, enquanto outro grupo buscou uma postura mais moderada. Essa falta de unidade enfraqueceu a legenda.
O Significado da Saída de Raquel Lyra
A decisão da governadora de Pernambuco de deixar o PSDB confirma que o partido já não é mais um espaço viável para políticos com ambições nacionais ou regionais. Alguns fatores explicam sua saída:
Busca de um novo espaço político: O PSDB já não oferece estrutura para crescer.
Desgaste da marca “tucana” no Nordeste: O partido sempre teve dificuldades na região e perdeu ainda mais espaço nos últimos anos.
Alinhamento com um novo projeto político: Raquel pode buscar uma legenda mais forte para se viabilizar como liderança estadual e nacional.
O Fim do Tucanato?
A saída de Raquel Lyra é um sinal claro do esvaziamento do PSDB. O partido ainda tem algumas prefeituras e bases estaduais, mas deixou de ser um protagonista nacional. Hoje, o embate político no Brasil está entre:
PT e aliados progressistas (Lula, Alckmin, PSB, MDB moderado).
Bolsonarismo e extrema direita (PL, PP, Republicanos).
Centrão pragmático (União Brasil, PSD, MDB).
Com isso, o PSDB perde sua relevância e pode se tornar um partido secundário, servindo apenas como apoio para outras siglas maiores.
O fim do tucanato já é uma realidade. O Brasil agora se divide entre a centro-esquerda de Lula e a direita bolsonarista, com o centrão como fiel da balança.