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Jair Bolsonaro destila misoginia e agride mulheres petistas: 'feias', 'incomíveis' (vídeo)

Vídeo foi publicado pelo filho do ex-mandatário, Jair Renan, na semana que antecede o Dia Internacional das Mulheres

08/03/2025 às 05h44 Atualizada em 08/03/2025 às 15h49
Por: Redação
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Jair Bolsonaro destila misoginia e agride mulheres petistas: 'feias', 'incomíveis' (vídeo)

Jair Bolsonaro (Foto: Reuters)

247 - Jair Bolsonaro (PL) voltou a atacar mulheres com declarações misóginas. Durante conversa com apoiadores em Angra dos Reis (RJ), no feriado de Carnaval, o ex-mandatário afirmou que as mulheres que apoiam o PT são "feias" e "incomíveis". A fala, divulgada por seu filho, o vereador Jair Renan (PL), ganhou repercussão nesta quarta-feira (6).

"Você pode ver, não tem mulher bonita petista. Só tem feia. Às vezes acontece quando estou no aeroporto, alguém me xinga. Mulher, né? Olho para ela: 'Nossa, mãe. Incomível'", disse Bolsonaro.

Segundo a Folha de S. Paulo, o vídeo divulgado por Jair Renan é um corte editado de uma fala mais longa, sem indicar o contexto completo. No material, a palavra “incomível” é repetida e acompanhada de um efeito gráfico com os óculos conhecidos como "Thug Life", um recurso usado pelo ex-mandatário para destacar ataques a adversários.

A declaração ocorre às vésperas do Dia Internacional da Mulher, celebrado no sábado (8). Ainda não é possível determinar o dia exato em que Bolsonaro fez a afirmação, mas no vídeo ele veste uma camisa do Nova Iguaçu, mesmo uniforme usado em um encontro com apoiadores na última segunda-feira (3).


Bolsonaro tem um histórico de declarações misóginas para desqualificar mulheres com quem teve embates políticos. Em um dos casos mais emblemáticos, afirmou que a deputada Maria do Rosário (PT) "não merece ser estuprada porque é muito feia". Ele também foi condenado a indenizar a jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo, por dizer que ela queria "dar um furo a qualquer preço".

Saiba mais sobre misoginia - Misoginia é o termo usado para descrever o ódio, aversão ou desprezo pelas mulheres. Esse conceito vai além do machismo, que se refere à crença na superioridade dos homens sobre as mulheres, pois a misoginia envolve uma postura ativa de desvalorização, hostilidade e violência contra o gênero feminino. Ela pode se manifestar de diversas formas, desde atitudes individuais e discursos discriminatórios até práticas institucionais e culturais que perpetuam a desigualdade de gênero.

A misoginia pode ser observada em diferentes aspectos da sociedade, como no mercado de trabalho, onde mulheres enfrentam salários mais baixos e menores oportunidades de ascensão profissional; na política, onde a participação feminina é frequentemente desincentivada ou hostilizada; e na cultura, com a objetificação do corpo feminino e a normalização de estereótipos prejudiciais.

Os impactos da misoginia são profundos e abrangem diversas esferas da vida social, psicológica e econômica. Entre seus principais efeitos, destacam-se:


Violência contra as mulheres - A misoginia está diretamente ligada à violência de gênero, incluindo agressões físicas, estupros, feminicídios e abusos psicológicos. Dados mostram que mulheres são as maiores vítimas de violência doméstica e sexual no mundo todo.

Desigualdade de oportunidades - Mulheres enfrentam barreiras no mercado de trabalho, na educação e em cargos de liderança. A misoginia contribui para a segregação ocupacional e para a chamada "dupla jornada", onde mulheres acumulam trabalho formal e responsabilidades domésticas sem a devida valorização.

Impactos na saúde mental - A constante desvalorização e a exposição a ambientes hostis podem levar a transtornos psicológicos como ansiedade, depressão e baixa autoestima. A misoginia também influencia a cultura da culpabilização da vítima, onde mulheres que sofrem abusos frequentemente são responsabilizadas pelas agressões que sofreram.

Manutenção do patriarcado - A misoginia reforça estruturas patriarcais que limitam a autonomia das mulheres, restringindo sua liberdade de escolha e participação plena na sociedade. Isso perpetua ciclos de submissão e opressão que dificultam avanços em direção à equidade de gênero.


Desinformação e cultura do silenciamento - Muitas vezes, a misoginia se disfarça na forma de piadas, "brincadeiras inocentes" ou discursos que minimizam as dificuldades enfrentadas pelas mulheres. Esse tipo de comportamento descredibiliza denúncias, impede avanços legais e reforça a ideia de que lutar contra a desigualdade de gênero é desnecessário. 

 

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