O advogado José Francisco Abud, investigado por fazer ataques racistas em uma petição contra a juíza Helenice Rangel, também enviou mais de 20 e-mails com ofensas à magistrada. Na petição, Abud descreveu Rangel como “afrodescendente com resquícios de senzala” e com “memória celular dos açoites”, termos considerados extremamente ofensivos e discriminatórios.
De acordo com e-mails obtidos pelo SBT, o caso teve início em 2023, quando o advogado entrou com um processo pedindo a anulação de um testamento no qual sua própria mãe era uma das herdeiras. A partir daí, ele começou a enviar os e-mails ofensivos à juíza.
A magistrada percebeu que estava sendo vítima de injúria em outubro de 2024, e a petição com termos racistas foi protocolada por ele no mês seguinte. A Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (AMAERJ), que representa Helenice, pede o aumento da pena em um terço, já que o crime foi cometido contra uma funcionária pública, o que pode resultar em detenção de até dois anos, além de indenização.
A AMAERJ aguarda agora a manifestação do Ministério Público sobre o caso, a realização de uma audiência preliminar e a intimação de Abud para que ele passe a responder judicialmente pelas acusações. O caso reacende o debate sobre o combate ao racismo e à discriminação no ambiente jurídico, destacando a importância de medidas rigorosas contra esse tipo de conduta.