O motorista de caminhão bolsonarista que jogou seu veículo contra uma base da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Recanto das Emas (DF) nesta quarta (26) admitiu que cometeu um ato “terrorista”. Ele foi preso e confessou que pretendia protestar contra o Supremo Tribunal Federal (STF) pelo julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“É terrorismo, fiz de propósito. É revoltante que os caras querem prender o Bolsonaro”, disse o motorista após ser abordado. O homem foi identificado como Mário Pinheiro Saldanha e retornava para São Paulo após uma entrega em Brasília.
O caminhão trafegava em alta velocidade, atingiu barreiras, ultrapassou o bloqueio policial e avançou pelo acostamento. O veículo, sem controle, atingiu quatro viaturas da PRF que estavam estacionadas na área externa da base.
TERRORISMO
— Claudio sem acento ðŸ˜Å½ (@claudiopedrosa8) March 26, 2025
Um caminhoneiro jogou seu caminhão contra um posto da PRF e declarou que "cometeu terrorismo" em protesto a possibilidade da prisão de Bolsonaro. pic.twitter.com/CNinnjyhgE
O bolsonarista foi submetido ao teste do etilômetro, que registrou um resultado quase três vezes acima do limite que configura crime de trânsito. Márcio ainda tentou subornar os agentes, oferecendo dinheiro para ser liberado, e foi preso em flagrante por embriaguez ao volante, corrupção ativa e tentativa de homicídio.
A PRF, a Polícia Federal e setores de inteligência de outros órgãos também investigam o bolsonarista por possível crime de terrorismo e apuram a motivação ideológica e os riscos à integridade de agentes públicos. Ele foi encaminhado à sede da PF e permanece no local detido, à disposição da Justiça.
O atentado ocorreu na manhã de hoje, antes do início do segundo dia da sessão do julgamento contra Bolsonaro. Os ministros analisaram a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente e sete aliados.
Por unanimidade, os ministros da Primeira Turma decidiram aceitar a denúncia e tornaram Bolsonaro réu por tentativa de golpe. A Corte agora dará início à fase de instrução penal e deve agendar o julgamento que decidirá se o ex-presidente será condenado ou absolvido.
