O golpe de Estado foi frustrado, mas e se tivesse dado certo? Como estariam hoje as instituições democráticas? As principais lideranças progressistas? E a imprensa independente? É difícil imaginar um cenário onde a democracia brasileira resistisse intacta. O autoritarismo não costuma conviver com a divergência, e os primeiros alvos seriam justamente aqueles que hoje denunciam as tentativas de ruptura institucional.
A verdade é que a ameaça nunca desapareceu. O golpe, para muitos, não foi apenas um episódio isolado, mas um processo contínuo. As mesmas forças que tentaram tomar o poder à força continuam atuando, se reorganizando, buscando brechas para enfraquecer a democracia. E isso exige vigilância constante.
Basílio Carneiro alerta para essa realidade: "Acho que o golpe é permanente e é preciso vigilância total." A história ensina que a erosão democrática pode ser sutil, começando por ataques ao Judiciário, perseguição à imprensa e deslegitimização das eleições. Quando percebemos, o terreno já foi preparado para uma nova investida autoritária.
Por isso, não basta comemorar que o golpe tenha sido frustrado. É preciso garantir que ele não volte a ser uma ameaça real. A defesa da democracia é um compromisso diário, que exige atenção, mobilização e, acima de tudo, a certeza de que a liberdade nunca pode ser tomada como garantida.
Por Basílio Carneiro