O discurso contra a velha política e as regalias do poder sempre foi um dos pilares do bolsonarismo. No entanto, na prática, o que se vê é um apego inabalável aos privilégios do sistema. Mesmo licenciado, Eduardo Bolsonaro continua recebendo os benefícios do mandato e embolsou R$ 46 mil em março. Para quem prometia acabar com a "mamata", o discurso parece ter ficado no passado.
Basílio Carneiro é direto: "Esse Congresso não é sério." E como poderia ser, quando parlamentares usufruem de recursos públicos sem sequer exercer plenamente suas funções? O caso de Eduardo Bolsonaro é só mais um entre tantos que mostram como a política brasileira ainda está longe da transparência e do compromisso real com o interesse da população.
A indignação não pode ser seletiva. Se o combate às mordomias era uma bandeira legítima antes, deve continuar sendo agora. A diferença entre discurso e prática expõe as contradições de um grupo que se elegeu prometendo mudança, mas que, na primeira oportunidade, mostrou que não pretende abrir mão dos velhos hábitos. O Brasil precisa de um Congresso que trabalhe para o povo, não para si mesmo.