Por Basílio Carneiro
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, deixou claro mais uma vez de que lado está – e definitivamente não é o dos trabalhadores e da classe média. Em um evento recente, o bolsonarista criticou a proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha menos e defendeu a manutenção dos privilégios dos mais ricos. Para ele, Lula não deveria abrir mão de tributar os mais pobres para cobrar mais "do capital".
A declaração não surpreende. Tarcísio foi eleito com o apoio do setor financeiro e se tornou o político dos sonhos da Faria Lima. O que surpreende, talvez, seja a franqueza com que defende um sistema que penaliza os que menos têm enquanto protege aqueles no topo da pirâmide. Enquanto em países desenvolvidos os mais ricos pagam mais impostos para financiar serviços públicos de qualidade, no Brasil a elite quer manter seus privilégios intactos – e Tarcísio é um fiel representante desse projeto.
O discurso da direita, que sempre se vendeu como defensora do “cidadão de bem”, fica cada vez mais difícil de sustentar quando seus líderes atacam qualquer tentativa de aliviar a carga sobre quem mais precisa. A defesa de um sistema tributário mais justo não é uma questão de ideologia, mas de coerência e responsabilidade social. Se Tarcísio realmente quer governar para todos, deveria começar olhando para quem precisa de mais apoio – e não apenas para quem financia campanhas e jantares milionários.