Os presidentes do PP, Ciro Nogueira, e do União Brasil, Antônio Rueda. Foto: Reprodução
A venda do Banco Master ao Banco de Brasília (BRB) passou por políticos do PP e do União Brasil em Brasília. A negociação foi conduzida por presidentes de partidos aliados ao governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).
Segundo a coluna de Natália Portinari no UOL, o presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro, é próximo dos presidentes do PP, Ciro Nogueira, e do União, Antônio Rueda. A proximidade foi essencial na operação, já que Ibaneis precisa das duas siglas nas eleições de 2026.
Ibaneis deve tentar uma vaga no Senado Federal em 2026 e apoiar sua vice, Celina Leão (PP), como candidata a governadora do Distrito Federal.
A influência dos dirigentes abriu as portas do banco estatal para os sócios do Master, que estavam com dificuldade em encontrar um comprador do setor privado. O banco chegou a ter tratativas com André Esteves, do BTG Pactual, mas o acordo não avançou. Ele propôs fazer parte do Master, mas sem incorporar o a instituição ao patrimônio do BTG.
Daniel Vorcaro, presidente do Banco Master. Foto: Divulgação
Em fevereiro deste ano, um dia depois da eleição da vitória do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), Vorcaro esteve em uma festa com um grupo de políticos e poucas semanas depois patrocinou um camarote para convidados na Sapucaí, onde ficaram Ciro, Rueda e o deputado federal Isnaldo Bulhões (MDB-AL).
O mercado financeiro avalia que a operação do Banco Master é uma bomba-relógio no balanço de um eventual comprador. O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, teve um encontro com Esteves e Paulo Henrique Costa, presidente do BRB, para discutir a compra nos últimos dias.
O presidente do BRB afirmou que o banco estatal vai ficar apenas com os bons ativos do Master, mas fontes do mercado avaliam que é difícil fazer essa separação.