A negligência da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) com a mídia progressista do Nordeste é inadmissível. Mesmo com a troca de comando, com a saída de Paulo Pimenta e a chegada de Sidônia, nada mudou. A estratégia de comunicação segue refém das grandes parcerias com a mídia corporativa, ignorando aqueles que verdadeiramente ajudaram a eleger Lula em 2022 e sustentaram o enfrentamento contra a desinformação e o fascismo.
A mídia progressista, especialmente a do Nordeste, teve um papel fundamental na eleição, descontruindo fake news e garantindo que informações verídicas chegassem à população. No entanto, parece que o governo acredita que devemos seguir nesse trabalho apenas por amor à causa, sem apoio, sem parcerias e sem reconhecimento.
Seguimos, mesmo sem recursos, combatendo a extrema-direita e a sua máquina de desinformação. Produzimos conteúdos, enfrentamos ataques virtuais e seguimos firmes na luta. Mas até quando poderemos sustentar essa batalha sem suporte?
É urgente furar a bolha e aumentar o engajamento da mídia progressista nas redes sociais e demais espaços digitais. Precisamos ser vistos e reconhecidos pelo governo que ajudamos a eleger. A comunicação precisa ser democratizada, e isso passa por valorizar quem sempre esteve na linha de frente da luta pela informação de qualidade.
Se a Secom continuar negligenciando esse setor, o governo corre o risco de enfraquecer sua própria base de defesa informativa. É hora de mudar essa política e fortalecer a parceria com a mídia independente e progressista, antes que seja tarde demais.