Por Basílio Carneiro
Nesta segunda-feira, 7 de abril de 2025, o instituto ANOVA — ou, como alguns já chamam nos bastidores da política paraibana, o AVELHA, resolveu inovar na arte da pesquisa eleitoral: deixou de fora, sem qualquer cerimônia ou explicação, o nome do atual Prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima, da sondagem sobre a disputa pelo Governo da Paraíba em 2026. Isso mesmo: o prefeito de uma das maiores cidades do estado, figura expressiva do chamado cunhalimismo, simplesmente foi rifado.
A pergunta que não quer calar: por quê?
Ninguém apaga um nome desse tamanho sem querer mandar um recado. Bruno, que tem se movimentado com firmeza no cenário estadual, é peça importante no tabuleiro da oposição e, queiram ou não é um nome competitivo. Tirá-lo da pesquisa é mais do que uma omissão técnica. É política, pura e crua.
E política, meu caro leitor, tem dessas: quando não conseguem derrubar um nome nas urnas, tentam apagar na tinta das pesquisas.
O que mais espanta não é a ausência em si, mas o silêncio em torno dela. O instituto, que deveria prezar pela isenção, não se digna a explicar os critérios. Será fogo amigo dentro do próprio campo oposicionista? Disputa interna? Tentativa de fabricar um novo protagonista retirando da cena quem já tem luz própria?
Enquanto isso, a pesquisa aponta Cícero Lucena liderando a corrida ao Palácio da Redenção, seguido de Pedro Cunha Lima. Mas o que seriam esses números se Bruno estivesse incluído? Quantos votos estão sendo subestimados? Quantas narrativas estão sendo construídas com base em uma parcialidade?
Enquanto Cícero Lucena lidera, seguido de Pedro Cunha Lima, a pesquisa escancara mais do que mostra: tem gente querendo decidir no bastidor o que o povo ainda nem começou a debater nas urnas.
Bruno Cunha Lima não é unanimidade — e ainda bem. Mas não se pode fingir que ele não existe. Ignorar sua força política é, no mínimo, desonesto. E, no máximo, perigoso.
Porque quem tenta matar um nome pelas beiradas acaba, muitas vezes, alimentando a chama que quer apagar.
E como diria minha avó: quando o silêncio é muito, é porque o barulho foi feito antes, e bem feito.
Confira os números da pesquisa estimulada:
Cícero Lucena: 21,1%
Pedro Cunha Lima: 14,1%
Efraim Filho: 7,5%
Hugo Motta: 6,5%
Adriano Galdino: 5,9%
Lucas Ribeiro: 5,0%
Marcelo Queiroga: 3,9%
Deusdete Queiroga: 0,4%
Indecisos: 27,0%
Branco/Nulo: 8,6%
Confira os números da pesquisa espontânea:
Cícero Lucena: 12,9%
Pedro Cunha Lima: 6,3%
João Azevedo: 5,0%
Adriano Galdino: 4,4%
Efraim Filho: 4,2%
Hugo Motta: 2,4%
Marcelo Queiroga: 2,2%
Lucas Ribeiro: 2,1%
Romero Rodrigues: 0,4%
Ricardo Coutinho: 0,2%
Deusdete Queiroga: 0,1%
Cassio Cunha Lima: 0,1%
Indecisos: 52,3%
Branco/Nulo: 7,4%