Nesta segunda-feira, 7 de abril de 2025, o instituto ANOVA divulgou uma pesquisa que, mais do que números, entrega um roteiro político cuidadosamente ensaiado. E como sempre, quando o script é escrito nos bastidores, o povo é deixado fora do palco.
Levantamento do instituto ANOVA omite nomes de peso, insinua cenários e tenta provocar divisões internas em partidos estratégicos como PP e o grupo Cunha Lima, enquanto o PSB observa e se posiciona.
Ao excluir nomes estratégicos como Bruno Cunha Lima e Romero Rodrigues, levantamento mais confunde do que esclarece o cenário político.
O destaque da pesquisa: Cícero Lucena (PP) lidera, seguido de Pedro Cunha Lima. Mas vamos olhar além dos números frios. A ausência gritante do prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima, na lista estimulada é mais do que um deslize técnico, é um recado velado. Um recado que soa estranho, para não dizer de má intenção.
Bruno é gestor de uma das maiores cidades do estado e, mesmo assim, foi solenemente ignorado. O que há por trás disso?
Vamos aos fatos. É sabido nos corredores do poder que João Azevêdo deve deixar o governo para disputar o Senado. Com isso, Lucas Ribeiro, atual vice, assume e pode muito bem disputar a reeleição em 2026. Sendo Lucas do PP, o mesmo partido de Cícero Lucena, quando a pesquisa o coloca à frente, o que se desenha é um cenário de disputa interna no partido. E mais: a mensagem é clara — há quem deseje que João Azevêdo permaneça no governo e Cícero assuma a cabeça de chapa ao governo pelo PSB.
Mas a engenharia política não para por aí.
Se Cícero deixar a prefeitura de João Pessoa, quem assume é Léo Bezerra, vice e do PSB — exatamente o partido de João. O tabuleiro está montado: fortalecer o PSB em JP, manter João no Palácio e evitar o crescimento de nomes fora desse eixo.
Outro ponto sensível da pesquisa: Pedro Cunha Lima aparece como pré-candidato, mas Romero Rodrigues e Bruno Cunha Lima, dois nomes fortes do mesmo grupo político — foram deixados de fora. A mensagem subliminar? Pedro seria o nome da vez, e que se acomodem os demais. A tentativa é clara: plantar a semente da divisão no grupo Cunha Lima.
Mais do que medir intenção de votos, a pesquisa tenta moldar o cenário antes mesmo da campanha começar.
É legítimo questionar: quem está por trás dessa narrativa? A resposta ainda não é clara, mas os sinais são evidentes. Até que se divulgue uma pesquisa séria, com todos os nomes em jogo, o eleitor deve manter o olhar atento, porque enquanto o povo ainda nem começou a debater nas urnas, tem gente tentando decidir por ele.