A escritora Helena Lahis afirma viver há quase cinco anos as consequências de uma internação psiquiátrica forçada, ocorrida em outubro de 2019. Segundo a revista Piauí, ela foi levada contra sua vontade à clínica Espaço Clif, no Rio de Janeiro, sob diagnóstico de hipomania. A internação teria sido articulada por seu ex-marido, Paulo Henrique de Lima, presidente da Universal Music Brasil, com apoio de uma psiquiatra ligada à família.
O casal, na época, estava em processo de separação, e Lahis havia iniciado um novo relacionamento. Paulo alegou que ela estaria “fora de si” e sob influência espiritual, mas seu psiquiatra pessoal discordou e afirmou que ela não apresentava sinais de transtorno. Mesmo assim, outro profissional decidiu mantê-la internada. Lahis ficou 21 dias em isolamento até que uma carta entregue por outra paciente permitiu sua soltura com habeas corpus.
O Ministério Público indiciou Paulo Henrique de Lima por sequestro, cárcere privado e invasão de dispositivo eletrônico. A psiquiatra Maria Antonia Serra Pinheiro e o ex-diretor da clínica Gabriel Bronstein Landsberg também foram denunciados. O caso corre em segredo de Justiça. “Fiquei 21 dias presa em uma clínica. Foi um ataque à minha dignidade, à minha capacidade cognitiva, relacional, profissional”, disse Lahis.