Gilvan da Federal, deputado do PL-ES, achou por bem usar seu tempo de fala, numa sessão oficial da Comissão de Segurança Pública da Câmara, para declarar: “Não vou matar, mas quero que Lula morra.” A frase é um tapa na cara da democracia. Uma ameaça mal disfarçada. E mais uma prova de que o bolsonarismo, mesmo derrotado nas urnas, continua disposto a atravessar qualquer limite moral, legal ou humano.
O sujeito que diz isso não é um anônimo em uma rede social. É um parlamentar. Está com o crachá da República no peito. E o salário pago por mim, por você, por todos nós.
E agora querem anistia. Querem perdão. Querem virar a página como se não tivessem manchado a Constituição com palavras que chamam a morte, com atos que flertam com o golpe, com tentativas de derrubar a ordem democrática à base de mentira, manipulação e intimidação.
Eles não têm limites. E por isso precisam ter consequências.
O que Gilvan disse é crime. Simples assim. Incitação ao ódio, ameaça à integridade física do presidente da República. Não é opinião — é discurso de morte.
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal agora têm a responsabilidade histórica de agir com firmeza. Porque se essa fala passar impune, ela vira precedente. E amanhã pode ser outro deputado, desejando a morte de outro cidadão, outro jornalista, outro adversário.
A escalada do fascismo bolsonarista não é só um risco político. É uma ameaça real à vida. À vida de quem pensa diferente. À vida de quem defende a civilização. À vida de quem acredita, ainda, que a política deve ser o espaço da palavra, não da bala.
Se a democracia quer sobreviver, ela precisa se defender.
E isso começa agora: punindo o ódio, desmascarando os canalhas, e deixando claro que não há anistia para quem prega a morte. Nem para quem aplaude.
Até quando os canalhas ficarão impunes? Até quando essa gente destilará veneno em praça pública, escudada na imunidade parlamentar, como se fosse salvo-conduto para o crime? Um deputado pago com dinheiro público, eleito sob as regras da democracia, deseja, publicamente, a morte do presidente Lula. E ainda diz que não quer matar, mas que quer vê-lo morto. É disso que estamos falando.
É a face do fascismo bolsonarista
Não há mais disfarces. Esses sujeitos vociferam ódio como quem canta o hino nacional. Agem como se o Brasil fosse território livre para o extremismo. São agentes do caos. E quando não estão conspirando, estão relativizando crimes. Quando não estão armando seus seguidores, estão pedindo anistia. Anistia! Para quem tentou destruir a democracia a pontapés, com mãos sujas e palavras torpes.
Esses canalhas não têm limites. E o pior: muitos ainda têm palanque, microfone e seguidores. Alimentam-se da mentira e da covardia, enquanto acusam de “comunistas” todos que não se curvam diante da brutalidade deles. Já passaram da hora de serem responsabilizados. Já passou da hora da justiça se levantar e dizer com todas as letras: fascismo não se tolera, se combate.
Que os canalhas sejam julgados. Que as instituições estejam à altura da gravidade do momento. E que nunca nos esqueçamos: fascismo não se debate — se derrota.