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Entre lucros e críticas: A relação institucional e financeira do Governo Lula com a Globo

Enquanto o governo Lula destina milhões à Globo, a emissora segue com seu “jornalismo de guerra”, criando uma dinâmica de interesses mutuamente benéficos, mas distantes politicamente.

10/04/2025 às 08h02
Por: Redação Fonte: FolhadaPB/BasílioCarneiro
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Foto: Reprodução
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O governo Lula sempre teve uma relação de amor com a Rede Globo, mas é preciso olhar com mais cuidado para entender a profundidade dessa aliança, que vai além de uma mera parceria institucional. A esquerda, muitas vezes cega por uma visão ideológica, pode se enganar ao pensar que há uma divergência real entre o governo e a emissora. Na verdade, esse "amor" existe desde o primeiro governo de Lula e se consolidou ao longo do tempo, com os dois lados se beneficiando mutuamente, embora com nuances e contradições.

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O jornalista Altamiro Borges, em seu blog, explora esse tema ao destacar os números financeiros dessa parceria. De acordo com o especialista Samuel Possebon, o lucro líquido da Globo em 2024 foi de R$ 1,99 bilhão, um aumento impressionante de 138% em relação a 2023. Este crescimento vertiginoso não é apenas um reflexo da competência da emissora, mas também da sua relação com o governo Lula, que continua a destinar grandes verbas publicitárias à gigante da mídia.

Segundo uma reportagem da Folha de S. Paulo de março de 2024, a Globo lidera a divisão de verba publicitária do governo, com R$ 126 milhões em 2024, muito à frente da segunda colocada, a Rede Record, que recebeu R$ 52 milhões. Esse dinheiro não é destinado apenas a campanhas governamentais, mas também a campanhas de interesse público, como ações de saúde e de combate a epidemias, o que reforça a importância da Globo para a comunicação institucional do governo.

No entanto, é importante destacar que, apesar dessa parceria financeira sólida, a Globo não produz conteúdo que defenda o governo Lula. Ao contrário, seu "jornalismo de guerra" continua a promover uma agenda crítica ao atual presidente, muitas vezes buscando uma "terceira via" para as eleições de 2026. A Globo, como sempre, navega entre os interesses do poder e sua busca incessante por audiência e lucro.

No final das contas, essa relação entre a Globo e o governo Lula é um exemplo claro de pragmatismo político e midiático. Ambos se aproveitam das vantagens dessa aliança, mesmo que, nas entrelinhas, existam divergências que refletem as tensões políticas e ideológicas do Brasil. A Globo, que tanto lucra com a publicidade governamental, mantém sua postura crítica, enquanto o governo, por sua vez, alimenta a máquina midiática que, muitas vezes, lhe impõe desafios.

 

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