Na última quinta-feira (10), a presidente do PT sugeriu a possibilidade de uma revisão das penas dos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro, o que gerou forte reação da Corte.
A mensagem transmitida ao Palácio do Planalto foi clara: qualquer apoio do governo a uma tentativa do Congresso de interferir nas punições poderá resultar em uma crise institucional com o STF. A situação gerou desconforto no Planalto, mas poucas horas depois, Gleisi tentou esclarecer suas palavras. Em entrevistas e nas redes sociais, ela afirmou que sua fala foi mal interpretada, reiterando que a revisão das penas é uma prerrogativa exclusiva do Judiciário, e que o STF é o responsável por definir as sentenças nos casos relacionados aos ataques de janeiro.
Apesar do recuo, o episódio deixou em evidência a tensão entre o Executivo e o STF, revelando o risco de uma crise política. Gleisi também aproveitou para negar que o projeto de anistia em discussão na Câmara tenha como objetivo beneficiar os manifestantes de base ligados ao bolsonarismo. Segundo ela, a proposta visaria principalmente favorecer figuras do governo Bolsonaro, como o ex-presidente e os militares de alta patente envolvidos nos processos pela tentativa de golpe.
O STF, por sua vez, permanece atento aos próximos movimentos do governo, ciente de que qualquer novo movimento que questione a autonomia judicial pode escalar ainda mais o confronto entre os poderes.