A pressa dos que tentam empurrar goela abaixo uma anistia aos golpistas é, além de vergonhosa, perigosa. Protocolaram o projeto às pressas, como quem tenta apagar provas de um crime ainda recente. O objetivo é claro: livrar a cara de quem atentou contra a democracia.
Há uma pressão forte sobre o presidente da Câmara, Hugo Motta. Cabe a ele resistir. Não pautar esse projeto é um dever com o país, com a Constituição, com o futuro.
Estão tentando fazer parecer normal o que é inaceitável.
Querem vender como reconciliação o que é, na prática, um salvo-conduto para futuros ataques à ordem constitucional. Não se trata de ódio ou revanche. Trata-se de Justiça. De lição. De firmeza institucional.
Há uma pressão imensa sobre o presidente da Câmara, Hugo Motta. Mas Motta, paraibano de berço e de brio, tem diante de si a chance de fazer história. Resistir é o mínimo. Não pautar essa anistia vexatória é o único caminho para quem ainda acredita que a democracia vale mais que acordos de gabinete.
O Brasil não pode seguir em frente fingindo que nada aconteceu. O perdão indiscriminado aos que tentaram rasgar a Constituição é uma cicatriz mal curada que pode infeccionar lá na frente. Não é hora de fechar os olhos. É hora de abrir os olhos do país inteiro para o que está em jogo.
Sem anistia para golpistas. Que cada um responda por seus atos. Que cada gesto contra a democracia encontre a resposta firme das instituições. Só assim teremos o recado claro de que, neste país, a Constituição ainda vale mais do que qualquer conchavo.