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Cícero Lucena: o prefeito sem partido, sem grupo e sem rumo

Cícero troca a base aliada por conchavos com opositores

22/04/2025 às 07h31 Atualizada em 22/04/2025 às 19h00
Por: Redação Fonte: FolhadaPB/BasílioCarneiro
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Foto: Reprodução
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Por Basílio Carneiro

João Azevêdo prepara-se, firme e seguro, para uma caminhada tranquila rumo ao Senado. Está com a popularidade em alta, articulações bem engatadas, e um favoritismo quase entediante de tão evidente. Naturalmente, o PSB está de corpo e alma com Lucas Ribeiro para a sucessão no Governo. O Progressistas também — afinal, Lucas é do ninho. E Cícero? Ah, Cícero…

Cícero Lucena parece ter se especializado na arte de remar contra a corrente. Sem o apoio do próprio partido, sem sintonia com o PSB, e agora, em mais uma de suas "agendas significativas" (aspas necessárias), apareceu almoçando em Serra Branca com todo um cardápio opositor: do prefeito ao senador Veneziano, passando por Efraim e George Morais. Um almoço sem povo, sem calor popular, só regado a acordos velados e olhares tortos.

Cícero parece um homem que perdeu o mapa do caminho — ou pior, que rasgou o mapa e agora confia no GPS quebrado de sua própria vaidade.

A política tem dessas ironias. O vice-prefeito Léo Bezerra agora circula em agendas paralelas. Hoje, por exemplo, está em Belém, tomando cafezinho com a terceira colocada da última eleição municipal. Com quem está Léo? Com João, com Cícero ou com o próprio projeto pessoal? Ao que tudo indica, está com Cícero — numa tentativa de manter vivo um projeto que, sinceramente, já tem cheiro de defunto fresco.

O rastro de escândalos que cercaram a reeleição de Cícero e que não podem ser varridos para debaixo do tapete.

E aí vem a parte que a Paraíba não pode esquecer: a reeleição de Cícero foi marcada por uma sequência de episódios que fariam corar até o mais desavergonhado dos cronistas políticos. De buscas a prisões, passando por promessas não cumpridas e alianças de ocasião. O eleitor pode até esquecer — mas a imprensa livre tem o dever de lembrar.

Cícero insiste em empurrar Mersinho, nome que não empolga nem mesmo no próprio espelho, goela abaixo de um eleitorado que já começa a se perguntar: esse projeto é mesmo sério?

No fim, a impressão é que Cícero vai ficando sozinho, num cercado de vaidades, alianças quebradas e agendas que ninguém mais leva a sério. A pergunta que ecoa nos bastidores: será que ele ainda não percebeu?

A política paraibana vive dias de definição. E Cícero, o prefeito que deveria ser protagonista, vai se tornando um figurante desorientado em um palco que já começa a fechar as cortinas.

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