A vereadora Cris Monteiro na Câmara e ao lado de Tarcísio na privatização das escolas públicas.
Créditos: Douglas Ferreira Câmara de SP / Rede X
Por Alice Andersen
Na Câmara Municipal de São Paulo, durante sessão que tratava do reajuste salarial dos servidores, a vereadora Luana Alves (Psol) acusou Cris Monteiro (Novo) de racismo e pediu a suspensão da sessão. Monteiro se pronunciou logo após a fala de Alves no plenário e, ao se dirigir aos servidores presentes nas galerias, resolveu atacar: “Enquanto vocês falaram, ninguém se manifestou. Agora, quando veio uma mulher branca falar a verdade, vocês ficam nervosos. Uma mulher branca, bonita e rica incomoda muito vocês. Mas eu estou aqui representando uma parte importante da população.”
Alvo da fala racista, Luana requisitou paralisar da sessão, mas o presidente da Câmara, Ricardo Teixeira (UB), autorizou somente uma pausa de dez minutos.
“Não podia deixar de deixar registrado aqui que hoje aconteceu um fato muito grave, que foi uma fala com teor racista. Deveria ter sido interrompida essa sessão por mais tempo, e que infelizmente fica para a biografia do presidente da Câmara como algo negativo”, ressaltou a parlamentar.
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Sim, gente! Uma vereadora do NOVO - tinha que ser - na Câmara Municipal teve a coragem de fazer essa fala na tribuna da Câmara.
— Toninho Vespoli (@ToninhoVespoli) April 29, 2025
Racismo e preconceito puro e simples e ainda tentando fazer o tal racismo reverso por ser branca.
Que lástima! pic.twitter.com/T0ZnjNdDtj
Em resposta ao discurso racista de Cris Monteiro, Luana também publicou nas redes sociais: “Esse é o nível dos vereadores que chamam professores de vagabundos”, escreveu. Débora Lima, presidenta do Psol em São Paulo, também usou as redes sociais para criticar a fala da vereadora do Novo. “A vereadora, em um ataque de sinceridade, mostra o que essa gente realmente pensa e deu uma aula de como falar que é racista sem falar que é racista.”
A sessão foi interrompida por mais de 20 minutos. Após o retorno, Monteiro voltou à tribuna e pediu "desculpas" pelo ocorrido. “Gostaria de lamentar profundamente as minhas falas. Não foi a minha intenção, como parlamentar. Lamento profundamente e espero que as pessoas que se sentiram ofendidas entendam que não foi a minha intenção ofender ninguém – nem na galeria, nem meus colegas parlamentares”.