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Zelensky ameaça líderes que celebram vitória contra o nazismo: “não posso garantir a segurança deles”

Mensagem do líder ucraniano sinaliza possível ataque ao desfile em Moscou, que terá a presença de Lula e Xi Jinping

04/05/2025 às 05h56 Atualizada em 04/05/2025 às 17h36
Por: Redação
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Zelensky ameaça líderes que celebram vitória contra o nazismo: “não posso garantir a segurança deles”

Da esq. para a dir.: Vladimir Putin, Volodymyr Zelensky e Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Reuters)

247 – O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou neste sábado (4) que "não pode garantir a segurança" de chefes de Estado que decidirem participar do tradicional desfile em Moscou, no próximo dia 9 de maio, que marca os 80 anos da vitória da União Soviética sobre o nazismo. A declaração, dada a repórteres e publicada em diversos veículos internacionais, foi interpretada por autoridades russas como uma ameaça indireta de atentado contra o evento.

“Não se sabe o que a Rússia pretende fazer nessa data. Ela pode tomar várias medidas, como incêndios ou explosões, e depois nos culpar. Não pretendo fazer joguinhos, criando uma atmosfera agradável para permitir que Putin saia do isolamento”, disse Zelensky.

Lula, Xi e outros líderes confirmam presença
Apesar do tom agressivo do líder ucraniano, mais de vinte chefes de Estado e de governo confirmaram presença no evento em Moscou, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a primeira-dama Janja da Silva, o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP), além de ministros e parlamentares brasileiros.

Outro nome de peso que estará ao lado do presidente russo Vladimir Putin é o do presidente da China, Xi Jinping. Também comparecerão líderes de países historicamente próximos da Rússia, como Belarus, Cazaquistão, Cuba e Venezuela.


A presença de Lula e Xi reforça a articulação do Sul Global e marca um contraponto à narrativa dominante do Ocidente, que tem isolado a Rússia desde o início da guerra na Ucrânia. As cerimônias do 9 de Maio, conhecidas na Rússia como o "Dia da Vitória", homenageiam o sacrifício soviético na derrota da Alemanha nazista — episódio crucial da Segunda Guerra Mundial, no qual morreram mais de 27 milhões de soviéticos.

Reações em Moscou e novos ataques em Kharkiv
A resposta de Moscou às palavras de Zelensky veio por meio de Dmitry Medvedev, ex-presidente e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia. Em tom de desprezo, Medvedev classificou a fala do líder ucraniano como uma “provocação verbal”, sugerindo que se trata de mais uma tentativa de tensionar o ambiente diplomático às vésperas da celebração.

Enquanto isso, os combates no leste europeu continuam. Segundo veículos da imprensa ucraniana, forças russas bombardearam Kharkiv durante a noite com armas termobáricas — um tipo de explosivo que produz uma onda de calor e pressão devastadoras. O ataque teria deixado mais de 50 pessoas feridas, incluindo duas adolescentes. Moscou não confirmou oficialmente o uso do armamento.

A simbologia do 9 de Maio
O desfile do Dia da Vitória é uma das datas mais importantes para a memória coletiva russa. Comemorado anualmente desde 1945, o evento presta tributo aos combatentes da chamada Grande Guerra Patriótica — como os russos se referem à Segunda Guerra Mundial — e reforça o papel central da União Soviética na derrota de Adolf Hitler.


Em 2025, a celebração adquire um tom ainda mais emblemático, por marcar 80 anos do fim do conflito e ocorrer em um momento de redefinição das alianças internacionais. A presença de Lula, poucos dias antes de sua participação na cúpula China-Celac, no México, e da realização da cúpula dos BRICS, no Rio de Janeiro, em julho, confirma o reposicionamento do Brasil no cenário geopolítico e a defesa de um mundo multipolar.

Enquanto a guerra na Ucrânia prossegue sem solução diplomática, a ameaça de Zelensky pode agravar ainda mais as tensões. Sua declaração, que põe em risco a integridade de líderes estrangeiros em um evento de valor histórico mundial, é vista por muitos analistas como irresponsável e perigosa. Em vez de pavimentar caminhos para a paz, reforça o clima de confronto que isola a Ucrânia e acirra divisões globais.

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