Alexandre de Moraes (Foto: Luccas Zappalá/STF)
247 - Durante sessão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (6), o ministro Alexandre de Moraes reagiu com ironia à quantidade de pedidos para que seja retirado da relatoria da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado no Brasil. Segundo Moraes, apenas ele tem sido alvo de contestação sistemática, enquanto outros ministros mencionados no inquérito não enfrentam o mesmo tipo de pressão.
“Eu fico extremamente magoado, porque quando surge, por exemplo, o nome do ministro Fux, ninguém pede a suspeição dele. Quando surge o meu nome, são 868 pedidos de suspeição. Então, na verdade, suspeito é quem está pedindo minha suspeição. É impressionante”, declarou Moraes
A fala foi feita durante o julgamento da denúncia contra o chamado núcleo quatro da suposta trama golpista — grupo investigado por espalhar desinformação com o objetivo de desestabilizar o processo eleitoral e as instituições democráticas. Entre as ações do grupo, está a tentativa de associar os ministros Luiz Fux e Luís Roberto Barroso, presidente do STF, à empresa responsável pela fabricação das urnas eletrônicas.
Segundo Fux, a menção a ele foi um fato "tão indiferente, tão supérfluo, tão risível" que não gerou nenhum motivo para pedir seu impedimento ou suspeição. Moraes acrescentou que "não sobraria nenhum ministro para julgar" se todas as citações levassem a pedidos como esse.
No momento em que Moraes criticava os pedidos, o advogado do agente da Polícia Federal Marcelo Bormevet, um dos acusados no caso, afirmou que não apresentou pedido de suspeição contra o ministro. Moraes então respondeu, mantendo o tom irônico: “Então, ao invés de 637 vezes, 636 vezes. Agradeço, doutor.”