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Lula deixa a PF trabalhar — e isso diz muito sobre ele e sobre Bolsonaro

A Polícia Federal tem autonomia para agir, investigar, prender e tem feito isso.

10/05/2025 às 04h47 Atualizada em 11/05/2025 às 11h52
Por: Redação Fonte: FolhadaPB/BasílioCarneiro
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Foto: Reprodução
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Em política, os gestos dizem mais do que os discursos. E quando se trata da relação entre presidentes e a Polícia Federal, o contraste entre Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva é gritante e revelador.

Durante o governo Bolsonaro, o que se viu foi uma PF acuada, aparelhada e frequentemente remanejada. Bastava uma investigação se aproximar dos filhos do presidente, como o caso das "rachadinhas" envolvendo o senador Flávio Bolsonaro, ou bater à porta de aliados do gabinete do ódio, que o comando da instituição mudava.

O ex-diretor geral da PF, Maurício Valeixo, por exemplo, foi demitido numa canetada que resultou no pedido de demissão de Sergio Moro, então ministro da Justiça. Moro, aliás, saiu acusando o presidente de tentar interferir diretamente em investigações. Um escândalo atrás do outro, tudo para proteger os seus.

Inclusive em casos que respingam no próprio governo. A Lava Jato, que já lhe foi adversária, não o assusta mais. A lógica parece simples, quase banal: quem não deve, não teme.

Claro, há quem critique Lula por outros motivos. Mas é impossível ignorar o respeito institucional que tem demonstrado, especialmente no trato com órgãos de investigação. Não há telefonema mandando segurar operação. Não há troca de comando a cada incômodo. E isso, num país onde a tentação autoritária é constante, importa e muito.

No fim das contas, o modo como um presidente lida com a PF diz mais sobre seu caráter do que qualquer discurso em rede nacional. Bolsonaro quis uma polícia de estimação. Lula, até aqui, prefere uma polícia que trabalhe.

A diferença entre os dois é abissal. E o Brasil, quando tem memória, sabe reconhecer.

 

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