Hugo Motta, o jovem deputado que brotou da política paraibana como promessa de renovação, hoje se arrasta por Brasília como um operador veterano
Para alcançar a presidência da Câmara, Hugo armou sua própria ciranda: dançou com o Centrão, sussurrou meiguices à direita e ainda achou tempo para um cafezinho com a esquerda. Tudo isso regado a promessas. Muitas promessas.
E o preço disso agora chegou. O Centrão cobra fatura, quer cargos, quer espaço. A direita quer conservadorismo no papel e poder na prática.
A esquerda, com sua eterna ingenuidade de acreditar em gestos suaves, já começa a desconfiar que o abraço foi falso. E no meio disso tudo está Hugo — tentando continuar sorrindo, mas visivelmente acuado.
Presidir a Câmara exige mais do que jogo de cintura. Exige pulso. E, mais do que isso, exige saber a hora de romper. Mas Hugo parece querer seguir fazendo média com todo mundo. Só que Brasília é impiedosa com quem não escolhe um lado. E política não é lugar para "isentões performáticos".
Se continuar nesse jogo dúbio, jogando as forças umas contra as outras e fingindo neutralidade, o menino de Patos corre o risco de perder tudo o que tanto costurou.
E aí, Hugo? Vai cumprir o que prometeu ao Centrão ou vai tentar o milagre da salvação política com frases de efeito e alianças frágeis?
O tempo está passando. O Congresso não perdoa hesitações. E o Brasil, que já viu muitos meninos virarem lenda ou escândalo, aguarda para saber em qual página você vai parar.