Por Basílio Carneiro
Romeu Zema, governador de Minas Gerais, fez uma proposta que chocou muita gente: sugeriu que moradores de rua sejam “guinchados”, como carros abandonados. Sim, ele comparou pessoas em situação de rua a veículos estacionados irregularmente e disse que precisava de uma lei para removê-los das ruas, “para não atrapalhar a vida da dona de casa”.
É uma fala dura, fria e sem nenhum respeito por quem sofre nas ruas, sem casa, passando frio e fome. O ministro Alexandre Silveira, também mineiro, não deixou passar: chamou Zema de “filhinho de papai” sem empatia e lembrou que política é cuidar das pessoas, não tratar gente como mercadoria.
Mas o pior é que Zema não parece preocupado com a crítica. Pelo contrário, ele quer ir além: sonha ser presidente da República. Imagina um Brasil comandado por alguém que vê o povo pobre como problema a ser guinchado, e não como gente que merece atenção e ajuda?
Minas vive dias difíceis com um governador que escolheu o caminho da dureza e da exclusão. E o Brasil não merece esse tipo de liderança. Porque governar é olhar para as pessoas, não empurrá-las para fora da vista.