Por Basílio Carneiro
Continuarei batendo na tecla. Pode até cansar, mas não vou calar. Apoio o governo, mas não posso fechar os olhos diante da política seletiva da Secom, que esquece quem o defende e alimenta quem o fere.
A militância bolsonarista faz Pix, banca advogado, sustenta rede social. Pode até ser alienada, mas é consciente: sabe que está financiando um projeto de poder.
Enquanto isso, a Globo que sonha com uma "terceira via" em 2026 nada em dinheiro. Lucrou quase R$ 2 bilhões em 2024, um salto de 138% em relação ao ano anterior. Só em publicidade do governo Lula, levou R$ 126 milhões, bem à frente da Record.
Mas a mídia progressista do Norte e Nordeste continua esquecida pela Secom, como se só existisse na hora de pedir voto.
E o Nordeste, cadê na conta?
Enquanto isso, veículos independentes, especialmente no Norte e Nordeste, seguem esquecidos pela Secom. É como se a comunicação popular só servisse para tirar foto em campanha eleitoral. No dia a dia, o que vale mesmo é agradar os donos do grande capital midiático — mesmo que esses donos continuem conspirando contra o próprio governo que os financia.
Inquieta pensar que a extrema-direita banca seus projetos e a esquerda espera que caia do céu. Quem não financia o que acredita, financia sem saber o que combate.
Quem financia o que acredita: a diferença entre burrice e convicção
No final das contas, a pergunta que inquieta é simples:
A militância bolsonarista é besta por bancar seus ídolos ou onsciente de que está sustentando um projeto que acredita? E a esquerda, que vive a bater no peito pela democracia e pela justiça social, não deveria financiar os meios que propagam suas ideias?
Do jeito que está, parece que a esquerda terceirizou sua comunicação para quem não tem compromisso com o povo. E quando a conta chegar, porque ela sempre chega, vai ser tarde demais pra fazer vaquinha.