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Basílio Carneiro e Gustavo Ribeiro escrevem: o dia em que Bolsonaro lavou a alma de Xandão

Transparência, cálculo político e elegância: Moraes selou sua vitória diante das câmeras.

12/06/2025 às 05h39 Atualizada em 13/06/2025 às 05h30
Por: Redação Fonte: FolhadaPB/BasílioCarneiro/GustavoRibeiro
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Basílio Carneiro e Gustavo Ribeiro escrevem: o dia em que Bolsonaro lavou a alma de Xandão

Ouça: uma vacina contra a insensatez, a palinha de Gustavo Ribeiro – Heron Cid

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Dialogando com o companheiro Gustavo Ribeiro, fomos puxando o fio da meada e destrinchamos com mais atenção a postura do ministro Alexandre de Moraes durante os interrogatórios dos réus da intentona golpista. O saldo, ao fim e ao cabo, é este: se havia ainda alguma dúvida sobre a imagem de Moraes diante do mundo, ela foi extinta com ajuda do mais improvável dos aliados — Jair Bolsonaro.

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Bolsonaro lavou a alma de Xandão ao vivo para o mundo

1. O palco era a TV Justiça
O ministro indeferiu o pedido da defesa para que os interrogatórios não fossem transmitidos ao vivo. Foi certeiro. Não só garantiu transparência, como blindou a audiência contra cortes e edições mal-intencionadas. O mundo viu o que realmente aconteceu — sem filtro, sem fake, sem Telegram.

2. Um Moraes para cada momento
Quem assistiu com atenção notou: há dois Moraes em cena, mas ambos firmes.

Com as testemunhas — que, por lei, não podem mentir — ele foi direto, incisivo, interveio sem cerimônia. Com os réus — que podem calar, mentir, tergiversar —, o ministro adotou outro tom.
Foi cordial, quase afável.
Corrigia informações falsas com elegância, sem alterar a voz.
Sorriu. Escutou. Não caiu na provocação fácil.

O “ditador de toga” que a extrema-direita pintou não apareceu. Quem surgiu ali foi um magistrado sereno e seguro, que sabe que, às vezes, calar é a melhor resposta.

3. O vice dos sonhos (ou dos pesadelos?)
A cena que entrou para a história: Jair Bolsonaro, cabisbaixo, nervoso, tentando usar o humor como escudo, convidou Moraes para ser seu vice. Foi uma piada? Sim. Mas cheia de subtexto.
A tentativa de descontrair escancarou a rendição.

Mais do que isso: vários réus pediram desculpas ao ministro. Admitiram que erraram. Rasgaram — ao vivo, para o mundo — a tese da perseguição.
Como seguir dizendo que foram vítimas de um regime autoritário se seus próprios protagonistas reconhecem o erro?

4. Patriotas órfãos e Eduardo sem função
A base golpista, aquela que acampava em porta de quartel, viu seu mito se apequenar. O líder forte virou piada nervosa.
E Eduardo Bolsonaro, que buscava ecoar o discurso de “ditadura do STF” nos EUA, perdeu o script. Agora, vai falar o quê? Que o pai se ajoelhou por livre e espontânea vontade?

5. Xandão venceu. E com estilo.
Com um cálculo político refinado e postura institucional impecável, Alexandre de Moraes desarmou seus algozes sem levantar a voz. Jogou xadrez enquanto os outros ainda buscavam as peças do War.
O golpe murchou. Os golpistas se envergonharam. E quem saiu de toga limpa, com a imagem lavada — pelo próprio ex-presidente — foi ele: o temido, agora reverenciado, Xandão.

Fim de jogo.
O ministro venceu com a força de quem não precisou berrar para ser ouvido.

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