Arthur Lira sumiu dos holofotes, mas não largou o tabuleiro. Quem move as peças agora é Hugo Motta, o menino de Patos, que com uma mão cobra austeridade do governo Lula e com a outra assina projeto pra turbinar os próprios privilégios.
Nesta semana, Hugo Motta bradou por austeridade fiscal. Puxou o coro dos que exigem contenção de despesas do governo Lula. Mas bastou virar a página para encontrar a verdadeira face do seu projeto político: um pacote de benesses para os próprios parlamentares — porque cortar na carne alheia é fácil, difícil é dizer não ao próprio bolso
O texto propõe pagar salário e aposentadoria juntos pra políticos, além de criar gratificação natalina pra ex-deputado. Tudo isso sem nem calcular o rombo.
É o velho enredo de sempre: o ajuste fiscal vale pro povo. Pro Congresso, vale a farra. A moral fica no discurso; o dinheiro, no bolso deles.
Hugo Motta e seus pares oferecem ao Brasil o retrato mais cruel da política que se faz em Brasília: discursos de moral na tribuna e conchavos de conveniência nos bastidores. O novo presidente da Câmara aprendeu rápido. E Lira, das sombras, sorri.
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