A disputa interna do PT em Cabedelo, região metropolitana de João Pessoa, virou motivo de revolta entre os filiados. O motivo: a direção estadual do partido tenta impor uma mudança nas regras de última hora para favorecer a chapa ligada à deputada Cida Ramos e a Pedro Júnior, candidato à presidência do diretório municipal.
Tradicionalmente, a eleição do PED (Processo de Eleições Diretas) no município acontecia em dois locais distintos: no Centro e no bairro do Renascer. A medida, adotada há anos, buscava garantir segurança e ampliar a participação dos filiados.
Inclusive, na última eleição interna, o próprio presidente estadual do PT, Jackson Macêdo, defendeu a realização do pleito nesses dois pontos como forma de proteger os filiados e assegurar a lisura do processo.
Mas agora, a direção estadual tenta impor uma mudança polêmica: concentrar toda a votação no bairro do Jacaré — justamente o reduto eleitoral de Cida Ramos e Pedro Júnior. A manobra, na prática, pode dificultar ou até impedir a participação de mais de 80% dos filiados da cidade, que historicamente votam em outras chapas.
O clima é de indignação. Filiados e os demais candidatos denunciam uma tentativa explícita de manipulação e exclusão. A expectativa é que haja reação jurídica e política contra a decisão da direção estadual, que, até agora, não apresentou justificativas plausíveis para a mudança.
O que deveria ser uma festa da democracia interna virou um retrato fiel das velhas práticas políticas: controle, exclusão e jogo de cartas marcadas. Se o PT quer resgatar credibilidade, precisa começar respeitando seus próprios filiados.