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MISOGINIA: Marina Silva volta a ser atacada em Comissão na Câmara dos Deputados, vídeo

A ministra do Meio Ambiente enfrentou novos ataques e interrupções durante audiência na Câmara

03/07/2025 às 06h46 Atualizada em 03/07/2025 às 18h03
Por: Redação Fonte: Revista Fórum
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MISOGINIA: Marina Silva volta a ser atacada em Comissão na Câmara dos Deputados, vídeo

A ministra Marina Silva
Créditos: Reprodução/Câmara dos Deputados/Vinicius Loures

Por Letícia Cotta

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, enfrentou novos ataques e interrupções durante sua participação na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (2), um mês após ter abandonado uma audiência no Senado pelas mesmas razões.

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A sessão discutia os avanços na redução do desmatamento e as ações da pasta de Marina. Durante sua fala sobre os resultados da política ambiental, que incluem uma redução de 46% no desmatamento na Amazônia, a ministra foi interrompida várias vezes por parlamentares do Partido Liberal (PL).

O deputado Zé Trovão (PL-SC), de forma irônica, disse: "Se acalme, ministra". Marina Silva respondeu prontamente: 


 “Diz que são produtores, vamos aos autos. Olha... isso é uma forma ofensiva de se dirigir a uma mulher. Quando um homem ergue a voz, ele está sendo incisivo. Quando uma mulher fala com firmeza, dizem que é show”, repetiu-se Marina Silva, em alusão a uma fala parecida com a proferida no Senado Federal, pouco mais de um mês atrás. "Não estou me fazendo de vítima", completou.

 

Ataques misóginos e desvio de pauta
A audiência rapidamente se transformou em um ataque pessoal. O deputado Capitão Alberto Neto (PL-AM) elevou o tom ao chamar a ministra de “uma vergonha” e acusou o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco, de atuar em conluio com interesses privados, sem apresentar evidências. “A senhora não tem nada a falar de verdades”, afirmou o parlamentar.

Marina reagiu fazendo um desagravo público ao Ibama, frequentemente atacado por setores do agronegócio e do garimpo ilegal:

“Feito o desagravo ao Ibama... Primeiro, o desmatamento caiu, não é verddde que aumentou. Segundo, não tenho culpa que vocês não reconhecem a mudança do clima. O Ibama é uma instituição altamente respeitada, que faz o seu trabalho mesmo sob ameaça de criminosos”, respondeu Marina.

Houve, ainda, comparações feitas pelo deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES) entre a figura da ministra e grupos reacionários do Oriente Médio, como o Hamas e o Hezbollah. "Esse modus operandi da ministra não é algo isolado, não é dela, de um pequeno grupo, é uma conspiração global. Essa estratégia dela é a mesma usada pelas FARCs colombianas, a mesma estrutura que o Hamas e o Hezbollah usam", afirmou, antes de ser interrompido por colegas presentes na sessão.

Outro momento de tensão foi protagonizado pelo parlamentar Gustavo Gayer (PL-GO), que questionou a presença de Marina no governo Lula, resgatando críticas passadas feitas por ela ao Partido dos Trabalhadores (PT) e insinuando favorecimento a Organizações Não-Governamentais (ONGs). Gayer também criticou a realização da COP30, marcada para ocorrer em Belém, ignorando o reconhecimento internacional da escolha da cidade amazônica como sede da conferência climática.

Apesar dos ataques, ela também foi acolhida durante a sessão pelos parlamentares ligados à base do governo, como os deputados Airton Faleiro (PT-PA), Nilto Tatto (PT-SP) e Maria do Rosário (PT-RS), comportamento diferente do ocorrido na última ocasião em que foi hostilizada no Senado Federal, quando recebeu apoio apenas após o ocorrido, quando o caso ganhou repercussão nacional.

"Os ataques que acontecem à Marina não são de base política, são pessoais, como aconteceu no Senado. A gente a Marina anunciando os números do Brasil, que recebe a COP30, participa com propostas contra a crise climática", afirmou Maria do Rosário.

 

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